41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Análise do perfil epidemiológico dos portadores de Insuficiência Cardíaca em ambulatório de referência

introdução e/ou fundamentos

A Insuficiência Cardíaca (IC) é uma síndrome clínica que apresenta uma alta prevalência, alta mortalidade e diversas etiologias, sendo uma delas a chagásica, bastante importante em nosso meio. Assim, é importante reconhecer as variações no perfil clínico e epidemiológico da IC, a fim de adequar o diagnóstico e tratamento para a população direcionada.

Objetivos

Analisar o perfil de pacientes com IC atendidos em ambulatório de referência.

Métodos

Foi realizado um estudo transversal, descritivo e retrospectivo em ambulatório de referência, de 04/2018 a 03/2020. A amostra contém 264 pacientes com IC com fração de ejeção reduzida (ICFER) prévia ou atual. Foram analisadas a presença de comorbidades, procedência, cor/etnia, renda, grau de instrução e hábitos de vida.

Resultados e Conclusões

A mediana da idade foi de 61 anos (23-89). A maioria (59,1%) composta por homens, idosos (54,5%), aposentados (55,3%), com renda de até 1 salário mínimo (62,5%), 40,5% eram naturais e 69,3% procedentes da Região Metropolitana (RM). Quanto à raça/cor, a parda foi a mais frequente (53,4%), seguida por brancos (23,5%) e pretos (19,3%). 55% não concluíram o ensino fundamental e 15% nunca frequentaram escola. Sobre o perfil clínico, a etiologia prevalente é a chagásica (31,4%), seguida pela idiopática (22,7%), hipertensiva (19,7%) e isquêmica (10,6%), sendo a maior parte ICFER (61%). A classe funcional mais prevalente foi a III (34,1%), seguida da II (29,9%), I (25,4%) e IV (7,6%). Em relação às comorbidades, 68,6% possuía hipertensão arterial, 12,1% histórico de acidente vascular cerebral, 7,6% doença pulmonar obstrutiva crônica, 8,3% insuficiência renal crônica, 3% neoplasia e 12,9% estavam em uso de marcapasso. Além disso, a maioria era sedentária (70,8%), 3% eram tabagistas e 6,8% etilistas. Evidencia-se uma maior prevalência de IC de etiologia chagásica, tanto devido ao ambulatório ser referência em DC, quanto pela mudança na distribuição epidemiológica da doença ao longo dos anos, pois até a década de 50, a DC era eminentemente rural, se tornando ligada aos centros urbanos. Apesar da urbanização da doença, ela segue atrelada a um perfil sócio-demográfico de vulnerabilidade social (baixa escolaridade e a baixa renda familiar), refletindo um processo de urbanização desigual e o impacto dos determinantes sociais nessa doença. Dessa forma, compreender o perfil clínico e epidemiológico local da IC é importante, pois essa doença pode variar amplamente entre as diferentes áreas, o que afeta o seu diagnóstico e manejo.

Área

Medicina

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas - Universidade de Pernambuco - Pernambuco - Brasil, Pronto-Socorro Cardiológico Universitário de Pernambuco - Prof. Luiz Tavares - PROCAPE - Pernambuco - Brasil

Autores

LORENA ALVES DA MATA RIBEIRO, Celina Maria de Carvalho Guimarães, Ana Caroline Silva Maciel, Paula Inessa Silva Souza, Pedro Renan Bezerra de Oliveira, Bruna Guimarães Aguiar, Bruna Maciel Cardoso Ramos Reinaldo, Carolina de Araújo Medeiros, Maria das Neves Dantas da Silveira Barros, Maria da Glória Aureliano Cavalcanti Melo, Wilson Alves de Oliveira Júnior, Sílvia Marinho Martins Alves