41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO COM SUPRA DE ST EM PACIENTES IDOSOS: RESULTADOS DA EVOLUÇÃO ATÉ 30 DIAS

introdução e/ou fundamentos

Os idosos são considerados de alto risco para eventos cardiovasculares quando sofrem infarto agudo do miocárdio com supra de ST (IAMST). Nesse grupo de pacientes existem algumas barreiras no sistema único de saúde (SUS) quanto a intervenção coronariana percutânea (ICP) primaria no IAMST.

Objetivos

Os objetivos desse estudo foram descrever o perfil clinico, as características angiográficas e a evolução até 30 dias de idosos submetidos a ICP primaria e comparar essa evolução com series históricas.

Métodos

Esse é um registro de mundo real, retrospectivo, transversal, que avaliou pacientes idosos com infarto agudo do miocárdio com supra de ST submetidos a intervenção percutânea primaria como terapia de reperfusão no sistema único de saúde nos anos de 2019 e 2020. As variáveis de interesse foram coletadas a partir da consulta aos prontuários eletrônicos dos pacientes. Foi realizada analise descritiva das características clinicas e angiográficas, assim como a evolução até 30 dias. A pesquisa foi aprovada no comitê de ética da instituição.

Resultados e Conclusões

No período do estudo foram incluídos 260 pacientes com idade ≥ 60 anos (idosos). A idade media foi 70,2 ± 8,5 anos, houve 159 homens (61,1%), 101 mulheres (38,9%). A prevalência de hipertensão foi 72,6% (189 pacientes), tabagismo 33,4%(87 p), Diabetes Mellitus 30,7% (80p), dislipidemia 18% (47 p), ICP previa 10,3% (27 p), acidente vascular encefálico 6,5% (17 p), antecedente familiar de doença arterial coronariana 18% (47 p). A mediana do tempo porta balão foi 120 min (60 – 120 min), enquanto a mediana do tempo total de isquemia 360 min (240 – 480 min). A prevalência de infarto de região anterior foi 56,5% (147 pacientes), estavam em choque cardiogênico 3% (8 p) e a via de acesso radial foi usada em 48% (127 p). A taxa de sucesso da ICP primaria foi 81,9% (213 p), o tempo de permanência hospitalar ≥5 dias em 80,7% (210 p) e a mortalidade de 12,6 % (33 p).
A avaliação das comorbidades associada a elevada prevalência de infarto anterior de acordo com o eletrocardiograma revela que esse era um grupo de idosos de alto risco. A mortalidade foi mais elevada e numericamente maior que series históricas publicadas, sendo que o tempo total de isquemia, o tempo porta balão e a taxa de sucesso do procedimento provavelmente contribuíram para tal achado, podendo a pandemia de 2020 ter influenciado os resultados. Dessa forma é preciso uma avaliação mais ampla da ICP primaria em idosos no SUS para possível ajustes da estratégia.

Área

Medicina

Autores

DINALDO C OLIVEIRA, Augusto F Correia, Maria Mariana BM Silveira, Joao V Cabral, Dinaldo C Oliveira Jr., Carolina G C Oliveira, Dario C Sobral