Dados do Trabalho

Título

INFARTO AGUDO DO MIOCARDIO COM SUPRA ST (INFERIOR) ASSOCIADO A PLACA ROTA COM TROMBO NO TRONCO DA ARTERIA CORONARIA ESQUERDA

Introdução

A intervenção coronária percutânea salva vidas, porém a presença de alta carga trombótica representa um desafio. Infelizmente não são em todos os laboratórios de hemodinâmica no Brasil que as tecnologias mais avançadas estão disponíveis

Descrição do caso

Paciente do gênero masculino, 56 anos, casado, encanador, católico, negro, Dor torácica típica há 4 horas, Eletrocardiograma: supradesnivelamento do segmento ST D2, D3, FAV. História médica: Hipertensão, Diabetes Mellitus, tabagismo.
Exame físico: sem anormalidades, Radiografia de tórax: sem anormalidades, Exames laboratoriais: sem anormalidades, exceto troponina elevada, Medicamentos: aspirina, ticagrelor, betabloqueador, vastatina, enoxiparina e nitrato.
Cinecoronariografia revelou coronária direita ocluída e trombo no tronco da coronária esquerda. Foi realizada intervenção coronariana percutânea primaria através de angioplastia com implante de Stent farmacológico com sucesso. Quanto ao TCE foi optado por terapia tripla (aspirina, ticagrelor e exoniparina dose plena) por 5 dias em estratégia de monitorização observado (pronto para intervenção imediata se necessária). Cinco dias apos a cine foi repetida, havia considerável diminuição da carga trombótica e presença de uma placa ulcerada no TCE. Foi implantado um Stent farmacológico desde o TCE até o terço proximal da artéria descendente anterior, com técnica provisional para artéria circunflexa, com sucesso. O paciente evoluiu bem, assintomático, em Killip I e recebeu alta tomando aspirina, ticagrelor, betabloqueador, vastatina e inibidor da enzima de conversão do angiotensina.

Conclusões

A angiografia tem limitações, mas o ultrassom intracoronariano e a tomografia de coerência ótica não estão disponíveis na maioria dos laboratórios de cateterismo, principalmente no sistema único de saúde, como as vezes também não estão cateteres de aspiração. A associação entre oclusão da ACD e placa rompida com trombo no TCE é rara. Entretanto, na pratica clínica situações como essa podem ocorrer e os profissionais de saúde devem atuar para tentar beneficiar os pacientes. Alguns décadas atrás a utilização de antiagregantes plaquetários e anticoagulantes para tratar trombos intracoronarianos era prática em alguns laboratórios de hemodinâmica. Com o advento da moderna cardiologia intervencionista essa prática tem caído em desuso. Nessa relato de caso, diante da não disponibilidade de tecnologia mais avançada foi recorrido a uma forma de tratamento do passado, e houve sucesso na estratégia escolhida.

Área

Medicina