41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Síndrome de taquicardia pós-COVID-19: principais mecanismos.

introdução e/ou fundamentos

A doença de coronavírus 2019 (COVID-19) foi inicialmente classificada como uma síndrome gripal aguda caracterizada pela resposta inflamatória causada pela infecção pelo SARS-CoV-2. No entanto, com a continuidade da pandemia de COVID-19, surgiram relatos de persistência dos sintomas da infecção por semanas ou meses após a fase aguda da doença, o que ficou conhecido como síndrome pós-aguda de COVID-19 (PACS) ou, mais popularmente, COVID longa. Essa síndrome ainda tem uma clínica mal definida, visto que ocorre o envolvimento de muitos órgãos e há uma lista extensa de sintomas. Nesse contexto, um fenótipo com prevalência significativa da PACS é a síndrome de taquicardia pós-COVID-19.

Objetivos

Abordar os dois principais mecanismos associados com a síndrome de taquicardia pós-aguda em indivíduos que foram infectados pelo SARS-CoV-2.

Métodos

Foi realizada uma revisão de literatura a partir de buscas nas bases de dados MEDLINE, LILACS e ScienceDirect, utilizando o operador booleano “AND” e os descritores “taquicardia”, “SARS-CoV-2” e seus correspondentes em inglês. Foram incluídas produções científicas publicadas entre 2020 e 2022. Por meio do mecanismo dessa pesquisa, foram selecionados 53 artigos. Destes, foram excluídos os trabalhos que não abordavam diretamente o assunto, restando 7 artigos para a elaboração desta revisão.

Resultados e Conclusões

A síndrome de taquicardia pós-COVID-19 apresenta-se, principalmente, como as seguintes formas clínicas: síndrome de taquicardia ortostática postural (POTS) ou taquicardia sinusal inapropriada. A POTS é uma disautonomia caracterizada pelo excesso de aumento da frequência cardíaca (FC) sem alteração da pressão arterial ao movimento de uma posição supina para a ortostática em conjunto com sintomas de pré-síncope e intolerância ortostática. A POTS já foi previamente associada à doença pós-viral, mas o mecanismo fisiopatológico exato ainda é indefinido. Há evidências de autoimunidade, gerando um estado hiperadrenérgico, desnervação periférica, taquicardia reflexa e descondicionamento. A taquicardia sinusal inapropriada está relacionada a uma FC em repouso superior a 100 batimentos por minuto (bpm) ou a uma FC média maior que 90 bpm no eletrocardiograma de 24 horas, podendo ter vários mecanismos fisiopatológicos.
A partir do que foi exposto, infere-se que sintomas cardiovasculares podem persistir após a resolução da infecção aguda de COVID-19, por isso, é importante reconhecer a síndrome de taquicardia pós-COVID-19 como um dos fenótipos da PACS.

Área

Medicina

Instituições

Universidade Estadual do Ceará - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Ceará - Ceará - Brasil, Universidade Federal do Vale do São Francisco - Bahia - Brasil

Autores

ANA CAROLINA NOGUEIRA ROCHA LIMA, Amanda Colaço Morais Teixeira, Caio Pessoa Cruz, Ednardo Ramos De Meneses, Francisco Adriano Brito Aguiar Junior, Gabriella Fidelis De Sá, Joana Alves Carneiro, João Luis Matos Ribeiro, João Victor Araújo Silva, Luana Souza Aragão Monteiro