41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Doença reumática crônica do coração: o padrão epidemiológico nas regiões Norte e Nordeste

introdução e/ou fundamentos

A febre reumática (FR) é uma complicação que reflete ausência ou inadequado tratamento de uma faringoamigdalite causada por estreptococo beta-hemolítico do grupo A. Essa complicação ocorre após uma combinação multifatorial e pode gerar implicações cardíacas, como a cardiopatia reumática crônica (CRC), que impacta na morbimortalidade e na qualidade de vida da população.

Objetivos

Descrever o perfil epidemiológico da CRC, nas regiões Norte e Nordeste, de 2011 a 2021.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo, retrospectivo, baseado em dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH-SUS), disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS). As variáveis escolhidas foram região, sexo, raça/cor, idade e ano, correlacionando-as com o número de internações e de óbitos, de 2011 a 2021.

Resultados e Conclusões

O total de hospitalizações foi 83.190, sendo 29,2% na região Nordeste e 4,7% na região Norte. Em relação às internações, a região Norte obteve prevalência no sexo feminino (52,1%), em pardos (60,71%) e na faixa etária de 40 a 59 anos (35%). A região Nordeste apresentou maiores percentuais na população feminina (58,6%), na faixa etária de 40 a 59 anos (38%) e a segunda maior porcentagem foi em pardos (37,7%). É importante ressaltar que, nas duas regiões, a quantidade de internamentos decaiu em idosos. Quanto aos óbitos, a região Norte obteve maiores índices no sexo feminino (53,8%), nos pardos (54,6%) e as faixas etárias de 60 a 79 anos e 40 a 59 anos possuíram o maior percentual (35%). A região Nordeste, igualmente, evidenciou maiores valores na população feminina (60,2%), no intervalo de 60 a 79 anos (40%) e os pardos ocuparam o segundo maior índice de mortes (36,4%). Ademais, percebe-se, nas duas regiões, a redução de óbitos nos últimos três anos, porém é notório o aumento de hospitalizações, de 2020 para 2021. Conclui-se que há maior prevalência de CRC, tanto em óbitos quanto em internações, no sexo feminino e em pardos. Além disso, a população com 60 a 79 anos destaca-se quanto aos óbitos, apesar de não representar o maior número de hospitalizações. Nota-se que, apesar do declínio do número de mortes, houve elevação nas internações por CRC, em 2021. Logo, a partir dos dados, pode-se estabelecer o perfil populacional de maior risco e a necessidade de novos trabalhos acerca da razão do aumento expressivo de internamentos, haja vista que essa doença impacta na morbimortalidade e qualidade de vida do indivíduo.

Área

Medicina

Instituições

UNIFACS - Bahia - Brasil

Autores

JULIA MARCELLE MENDES DE ARAUJO