41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Lipoma ventricular esquerdo: relato de caso.

Introdução

Tumores cardíacos primários consistem em patologia rara, sendo encontrados em até 0,03% das autópsias e a maioria benigna. Dentre os benignos, os lipomas apresentam incidência de 8,5%, localizando-se mais frequentemente no septo interatrial. Quando localizado no septo interventricular, é considerado patologia ainda mais incomum, com prevalência real desconhecida. Lipomas cardíacos são tumores encapsulados, compostos de células de gordura maduras. Ocorrem em todas as idades e com igual freqüência em ambos os sexos. Geralmente variam de 1 a 15 cm de diâmetro. A maioria dos tumores é de configuração séssil ou polipóide e ocorrem no subendocárdio ou subepicárdio, apesar de cerca de 25% ser completamente intramuscular. Em decorrência da ausência de sintomas na maioria dos pacientes portadores de lipoma cardíaco, geralmente o diagnóstico é incidental, por meio de exames de imagem complementares, como o ecocardiograma, com posterior realização de estudo anatomopatológico para confirmação diagnóstica.

Descrição do caso

Paciente sexo feminino, 57 anos, hipertensa e portadora de doença aterosclerótica.Em investigação de dor torácica ao esforço persistente. Realizou ecocardiograma com FE 67%, VE 46/26; não encontrado alterações inicialmente. Realizada tomografia de tórax com visualização de imagem nodular bem delimitada em parede lateral do VE. Realizado, então, ressonância cardíaca, com melhor caracterização da imagem nodular ecogênica, intramural, na porção basal da parede antero-lateral do VE, medindo 29×23 mm, podendo corresponder a Lipoma. Após esses exames, a paciente foi avaliada novamente pelo ecocardiograma, sendo visualizado melhor a imagem em janela subcostal, não encontrando sinais de obstrução de via de entrada ou de saída do VE.Paciente foi encaminhada ao cirurgião cardíaco, não sendo possibilitada a remoção devido a localização intramural no VE. Optado por acompanhamento clínico e tratamento intensivo da coronariopatia. No momento paciente encontra-se clinicamente bem, sem sintomas cardiovasculares.

Conclusões

Tumores cardíacos apresentam-se mais comumente de forma assintomática,mas podem evoluir com arritmias,disfunção valvar,insuficiência cardíaca e óbito,o que ressalta a importância dos métodos de imagem cardiovascular no diagnóstico diferencial e na orientação da terapêutica adequada. Com modernas técnicas de procedimentos diagnósticos as neoplasias cardíacas têm sido diagnosticadas mais precocemente e passam a ter maior possibilidade de cura.

Área

Medicina

Autores

PATRICIA NEVES XIMENES, Salomão Barauna Alcolumbre, Polyana Costa Brandão, Anna Letícia Mello, Daniela Perri Siqueira