41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Primeiro Implante de marcapasso sem eletrodos (Micra) no Norte-Nordeste: Relato de caso

Introdução

O marcapasso sem eletrodo tornou-se uma alternativa eficaz ao marcapasso transvenoso ventricular (MP) de câmara única tradicional em populações selecionadas de pacientes. O implante do marcapasso sem eletrodos não requer bolsa subcutânea ou uso de eletrodo transvenoso, potencialmente mitigando muitos dos riscos de longo prazo inerentes aos MPs transvenosos, incluindo infecções e oclusões venosas.

Descrição do caso

Paciente de 50 anos, masculino, portador de cardiomiopatia hipertrófica com repercussão hemodinâmica e elétrica admitido em 2008 serviço de emergência hospitalar por taquicardia ventricular sem pulso, sendo indicado o implante de cardioversor-desfibrilador (CDI) dupla câmara transverso em 21/01/2008 como prevenção secundária de morte súbita cardíaca. Apresentou-se sem sintomas e em uso de tratamento medicamentoso otimizado com acompanhamento regular com equipe assistente de cardiologia. Realizou primeira troca do dispositivo em 11/09/2012. Por conta de desgaste da bateria, necessitou de troca do gerador em 15/02/2017. Após a troca, evoluiu com endocardite bacteriana com acometimento pela valva tricúspide, exigindo em 2018 intervenção aberta para troca de válvula tricúspide, portando desde então uma prótese mecânica, além de remoção do sistema de estimulação cardíaca. Após a alta hospitalar, passou a apresentar arritmias ventriculares complexas e sintomáticas. Optado então pelo implante de CDI subcutâneo pela dispensação do uso de eletrodos intracardíacos, procedimento realizado em maio de 2019 com sucesso. Pela peculiaridade do CDI não intervir sobre bradiarritmias e a necessidade de drogas antiarritmicas, prevenindo a carga adicional de choques inapropriados, a equipe optou pelo implante de dispositivo para estimulação cardíaca que dispensasse o uso de eletrodos devido ao risco de nova endocardite, assim, o Micra seria o dispositivo único e ideal para o caso que foi relatado.

Conclusões

Neste caso, realizamos a implantação de um marcapasso sem eletrodos como último recurso. Apesar de nosso procedimento ter sido bem-sucedido, mais estudos são necessários para determinar se o procedimento pode ser uma alternativa eficaz para este subgrupo de pacientes com necessidade de marcapasso.

Área

Medicina

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Maceió - Alagoas - Brasil

Autores

ALFREDO AURELIO MARINHO ROSA FILHO, Lucas Brandão Cavalcante, Alice Wanderley Rosa, Alfredo Aurélio Marinho Rosa, Edvaldo Xavier