Dados do Trabalho

Título

Analisando alternativas: a eficácia de creatinoquinase e troponinas como biomarcadores cardíacos em intoxicações por cocaína

introdução e/ou fundamentos

Em face do potencial cardiotóxico da cocaína e seus derivados, o diagnóstico de lesões cardíacas em intoxicações agudas por tal droga faz-se míster. Contudo, o rebaixamento de consciência e a instabilidade clínica subsequentes à overdose, dificultam a realização de uma anamnese e exame físico detalhados, o que corrobora a importância de exames complementares - eletrocardiograma, ecocardiograma e exames laboratoriais - para o diagnóstico precoce dessas lesões.

Objetivos

Averiguar quais são as melhores possibilidades de biomarcadores para avaliar a função cardíaca em intoxicações por cocaína.

Métodos

Consiste em uma revisão literária realizada nos bancos de dados bibliográficos Excerpta Medica Database e Scientific Electronic Library Online. Foram consultados os descritores "Cocaína", "Biomarcadores", "Lesão Cardíaca", bem como seus respectivos em inglês, sendo selecionados 7 artigos, após a retirada de duplicatas e leitura dos resumos. Utilizou-se os seguintes critérios de inclusão: artigos completos, estudos exploratórios, relatos de casos e ensaios clínicos, publicados entre 2015 a 2022, com relevância para a presente discussão. Já os de exclusão foram todos não compatíveis com os critérios de inclusão.

Resultados e Conclusões

Tradicionalmente, eram mensuradas as enzimas creatinoquinase (CK) total e desidrogenase láctica para avaliar lesão cardíaca. No entanto, atualmente, há preferência para a isoenzima MB da CK (CK-MB) e as troponinas.
Quando se compararam as performances diagnósticas das troponinas cardíacas com a da CK-MB, tem-se que as troponinas apresentam maior especificidade para lesão miocárdica - já que a CK-MB é encontrada em tecidos não cardíacos, e as troponinas não estão presentes em músculos lisos - e maior sensibilidade. Por exemplo: no que tange à rabdomiólise como possível complicação, os níveis de mioglobina e creatinoquinase total se elevam, podendo confundir o diagnóstico de infarto agudo do miocárdio.
CONCLUSÕES: Nesse contexto, a troponina se torna um biomarcador ainda mais sensível e específico para o diagnóstico de IAM associado à cocaína. Portanto, seu uso torna-se preferido. Contudo, níveis anormais desse marcador não traduzem obrigatoriamente diagnósticos de cardiovasculopatias, sendo necessário a correlação com a clínica do paciente e outros exames de imagem.

Área

Medicina