Dados do Trabalho

Título

ALTERAÇÕES CARDÍACAS DAS INTOXICAÇÕES POR DIGOXINA

introdução e/ou fundamentos

A digoxina, fármaco da classe dos glicosídeos cardíacos, é empregada, há muitos anos, no tratamento de doenças do coração. Entretanto, a ingestão inadvertida dessa droga, associada à sua estreita janela terapêutica, pode ocasionar importante cardiotoxicidade.

Objetivos

Identificar, na literatura atual, as alterações cardíacas da intoxicação por digoxina.

Métodos

Consiste em uma revisão de literatura embasada no questionamento: quais as alterações cardíacas das intoxicações por digoxina? Foram utilizados os descritores DeCS/MeSH “Digoxine”, “Poisoning” e “Cardiovascular”, intercruzados com o operador booleano “AND”, para a busca nas bases de dados Medline e Lilacs. Os critérios de inclusão foram publicações dos últimos cinco anos, disponíveis na íntegra. Assim, foram selecionados quatro artigos para compor o presente resumo.

Resultados e Conclusões

A frequência e a intensidade dos efeitos cardiotóxicos relacionados à digoxina dependem, entre outros aspectos, do tempo de ingestão e da dose utilizada, bem como da condição clínica do paciente e da sua associação com outros fármacos. Sabe-se que a cardiotoxicidade por digoxina faz-se mediante o bloqueio da bomba Na+/K+ ATPase, rompendo a homeostase iônica dos cardiomiócitos ao aumentar a concentração intracelular de sódio, e, consequentemente, de cálcio, determinando aumento da automaticidade cardíaca e do inotropismo. Ademais, o aumento do tônus vagal, também determinado pela digoxina, e o subsequente bloqueio nodal atrioventricular, acarretam, ainda, a redução da dromotropia. Com base nestes mecanismos de ação, a intoxicação por digoxina pode se manifestar, principalmente, por meio de bradiarritimia ou taquicardia ventricular. Ao exame eletrocardiográfico, alterações, como bloqueio atrioventricular de 1º grau, extrassístoles ventricular e supraventricular, bigeminia, parada sinusal, ritmo idioventricular acelerado, inversão da onda T, taquicardia ventricular e fibrilação atrial, podem ser identificadas. Apesar do seu efeito terapêutico, a potencial cardiotoxicidade decorrente da ingestão excessiva e inconsciente da digoxina suscita cuidados no que concerne à sua prescrição e ao acompanhamento terapêutico dos pacientes em uso desse fármaco. Asim, torna-se relevante o conhecimento das principais alterações cardíacas determinadas pela intoxicação por digoxina, a fim de facilitar o diagnóstico precoce dessa condição e instituir o tratamento necessário das complicações cardíacas que dela resultam.