41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

MÉTODO PRÁTICO PARA A UTILIZAÇÃO DE DERIVAÇÃO ELETROLÍTICA COMO AUXÍLIO NA IDENTIFICAÇÃO DE RITMO CARDÍACO EM PACIENTES CRÍTICOS.

introdução e/ou fundamentos

Ocasionalmente, o eletrocardiograma de 12 derivações padrão de superfície não é capaz de fornecer informações precisas sobre o ritmo subjacente de um paciente. Isso pode ser problemático em casos onde é necessário o dignóstico diferencial entre ritmo sinusal, juncional, taquicardia, flutter ou fibrilação atrial com ou sem bloqueio atrioventricular completo. Todas as arritmias acima têm em comum a identificação problemática de ondas P, emanadas do nó sinusal ou outra fonte atrial ou supra-hissiana. Pacientes críticos em unidades de terapia intensiva representam um enorme desafio para o registro de um traçado eletrocardiográfico de qualidade. Muitos apresentam-se em anasarca e a baixa voltagem do registro dificulta uma interpretação adequada. Uma técnica simples vem sendo descrita desde a década de 1970 e mostra-se muito eficiente nesses casos. Trata-se de um registro obtido através de um cateter venoso central convencional preenchido com solução salina. O racional para isso é que uma solução salina preenchendo um cateter cuja extremidade distal está na veia cava superior ou entrada do átrio direito, funcionará como um eletrodo intracavitário e possibilitará à leitura dos potenciais atriais.

Objetivos

Descrever uma forma prática e reprodutível de avaliação de ritmo cardíaco através de derivação eletrolítica.

Métodos

Suspendemos temporariamente a infusão de drogas pelo cateter central e conectamos o êmbolo de uma seringa de 3ml na porção proximal do lúmen distal. Preenchemos uma seringa de 10ml com NaCl 20% e injetamos 2ml (apenas o suficiente para preencher o cateter) através de uma agulha 40x12f transfixando o êmbolo de borracha. A conexão elétrica é feita com um cabo “jacaré” ligando a conexão do eletrodo do braço direito na porção exteriorizada da agulha. Faz-se o registro na derivação DI (2N, 50mm/s). O método mostrou-se útil para o diagnóstico de fibrilação atrial, ritmos juncionais, taquicardia ventricular e ritmos supraventriculares com baixa voltagem atrial. Em anexo um exemplo de baixa voltagem atrial. Aventada a possibilidade de fibrilação atrial com distúrbio da condução atrioventricular. A derivação eletrolítica demonstrou tratar-se de uma bradicardia sinusal alternando com episódios de ritmo juncional.

Resultados e Conclusões

A derivação eletrolítica pode ser uma ferramenta extremamente útil para a identificação do ritmo cardíaco principalmente em pacientes críticos. Trazemos aqui uma forma simples e prática de aplicação deste método.

Área

Medicina

Autores

RONALDO VASCONCELOS TAVORA, ARNÓBIO DIAS DA PONTE, IEDA PRATA COSTA