41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

ANÁLISE DA INFLUÊNCIA DOS DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS PARA FUMO NO RISCO CARDIOVASCULAR

introdução e/ou fundamentos

Originalmente criado como uma alternativa no cigarro convencional, o uso de cigarros eletrônicos, na última década, aumentou muito principalmente entre jovens e nunca fumantes sob a falsa perspectiva de que não causam malefícios à saúde. Entretanto, observa-se um grande número de repercussões cardíacas associadas ao vaping.

Objetivos

Verificar o impacto dos dispositivos eletrônicos para fumo no risco cardiovascular.

Métodos

Revisão sistemática da literatura realizada em junho de 2022 nas bases de dados Pubmed e Cochrane utilizando os Descritores em Ciências da Saúde: “Eletronic Cigarette" e “Cardiovascular Diseases” cruzados pelo operador booleano AND. Seguindo as diretrizes do PRISMA, o presente trabalho incluiu estudos observacionais e ensaios clínicos publicados de 2017 a 2022, sem restrição de idioma. 31 artigos foram identificados no total (PubMed - 30; Cochrane - 1). Com base na leitura de títulos e resumos, foram excluídos os estudos que não atenderam aos critérios de elegibilidade, enquanto 19 seguiram para leitura na íntegra. Por fim, 15 artigos foram incluídos nesta revisão.

Resultados e Conclusões

Destes, a maioria demonstrou a associação consistente entre os cigarros eletrônicos e aumento dos risco cardiovascular, com maior chance de Infarto Agudo do Miocárdio e Acidente Vascular Encefálico (AVE). A disfunção endotelial foi a alteração mais precoce, devido a instalação de um processo inflamatório permanente, sendo detectável através do aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial sistólica e diastólica dos usuários. A presença da nicotina na composição foi determinante para piores danos vasculares, com semelhança ao uso do cigarro convencional. Verificou-se também a possibilidade de agravar outras comorbidades como hipertensão, dislipidemia e diabetes. Além disso, o uso concomitante de cigarros eletrônicos e convencionais foi associado a chances ainda maiores de acidente vascular cerebral. Assim, conclui-se que o cigarro eletrônico está associado a sérios danos cardiovasculares, inclusive em pacientes jovens e sem histórico médico prévio, aumentando as chances de infarto e de AVE. Estudos adicionais são necessários para avaliar os efeitos do cigarro eletrônico a longo prazo e para melhor compreensão da fisiopatologia relacionada.

Área

Medicina

Autores

FRANCISCO GUILHERME LEITE LINHARES DE SA, Francisco Matheus Melo Lima, Maria Alice Vieira Melo de Lima, Joilton Aureliano de Lima Filho, Bruno Galdino Moreira, Beatriz Fernandes Vieira, Andreza Alverga de Lima, Marta Lígia Vieira Melo