41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Perfil de mortalidade por infarto agudo do miocárdio no Brasil durante o período de 2010 a 2020

introdução e/ou fundamentos

O infarto agudo do miocárdio (IAM) é definido como uma lesão aguda do miocárdio com evidência isquêmica que pode levar ao óbito caso não diagnosticada e tratada em tempo hábil. No Brasil, o IAM representa um desafio ao sistema de saúde devido ao seu impacto socioeconômico e epidemiológico, sendo a principal causa de óbito entre os anos de 2003 e 2019.

Objetivos

Analisar o perfil de mortalidade de pacientes por IAM no Brasil, entre os anos de 2010 a 2020.

Métodos

Trata-se de um estudo epidemiológico, retrospectivo, transversal e descritivo que analisou quantitativamente as informações disponíveis no Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde, em relação à mortalidade por IAM entre 2010 a 2020, no Brasil. A distribuição de óbitos foi analisada de forma total e por região para as variáveis sexo, faixa etária, raça/cor, escolaridade, estado civil e local de ocorrência.

Resultados e Conclusões

Foram registrados 896.975 óbitos por IAM no período avaliado, sendo o ano de 2019 o de maior destaque (10,6%). Do total de óbitos, 59% foram registrados para o sexo masculino, o que pode estar relacionado à busca tardia desses indivíduos aos serviços de saúde. A faixa etária predominante foi acima dos 60 anos (74,6%), e pode ser justificada pela exposição aos fatores de risco ao longo da vida, elevando a probabilidade desse evento com o decorrer dos anos. Indivíduos da raça branca (53,1%), casados (40,2%) e com menor grau de escolaridade, foram os mais propensos à mortalidade. Esse achado é importante, uma vez que 77,5% não completaram o ensino fundamental. Ao passo que as pessoas que chegaram ao ensino superior representam apenas 4,91% dos óbitos, indicando que o IAM pode apresentar correlação com a vulnerabilidade socioeconômica, que tende a repercutir em dificuldades de compreensão das orientações à saúde, bem como na adesão à terapia. Quanto ao local, 50,1% dos óbitos ocorreram em hospitais. Esse resultado se diverge de estudos conduzidos previamente, mas aponta a importância da unidade hospitalar como fonte assistencial para o Brasil. A região mais prevalente foi o Sudeste (46,3%), o que pode estar associado a maior concentração populacional bem como a maior qualidade das notificações dessa região.
Os resultados obtidos a partir deste estudo apontaram que o IAM se constitui como um agravo relevante para o Brasil. Dessa forma, estratégias voltadas, especialmente para os indivíduos mais propensos, além da ampliação dos serviços de prevenção e orientação à população devem ser estimuladas.

Área

Medicina

Autores

JOAO GABRIEL BATISTA SIMON VIANA, João Vitor Xavier Santos , Carla Suanny de Santana Senna, Matheus dos Santos Ferreira, Reginaldo Freitas Ferreira, Itamar Alves Viana, Rafaela Costa James de Andrade Alves, Laílson Joaquim da Silva, Otávio Fernandes de Menezes Porto, Ana Flávia Souto Figueiredo Nepomuceno