41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Pacientes adultos com cardiopatias congênitas estão sujeitos a maiores riscos pela Covid-19?

introdução e/ou fundamentos

A doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) representa um desafio constante a profissionais e órgãos de saúde devido a existência de múltiplas ondas de transmissão e mortalidade substancial associada. Evidências apontam que indivíduos portadores de comorbidades cardiovasculares estão propensos a apresentar sintomatologia mais grave e desfecho desfavorável, incluindo complicações, internação em UTI e morte. Nessa perspectiva, pacientes com cardiopatias congênitas (CC), pela existência de disfunção cardiovascular pré-existente, podem representar uma população de alto risco para a infecção viral em foco.

Objetivos

O intuito da presente revisão de literatura é avaliar se a existência cardiopatias congênitas está relacionada a curso clínico mais grave e complicações durante a infecção por SARS-CoV-2.

Métodos

Uma revisão de literatura foi realizada por meio da busca de artigos nas bases de dados Medline e Scopus, utilizando os descritores “COVID-19” AND “Congenital Heart Defects”, sendo selecionados artigos originais em inglês publicados entre 2020 e 2022. Foram excluídos artigos de revisão, duplicatas e produções que não abordavam o tema em questão. A partir da busca, foram relacionados 5 artigos para a síntese desta revisão.

Resultados e Conclusões

Dois estudos que analisaram adultos com CC e diagnóstico positivo para a COVID-19 a partir de dados multicêntricos obtiveram resultados convergentes ao demonstrar que a disfunção cardíaca subjacente isolada não necessariamente pressagia curso complicado da infecção pelo coronavírus. Foi evidenciado, contudo, que a existência de anormalidades acentuadas na fisiologia cardio-pulmonar, principalmente defeitos cianóticos não corrigidos e hipertensão pulmonar (síndrome de Eisenmeger), são preditores de piores prognósticos, juntamente com a existência de múltiplas comorbidades. Outra pesquisa, baseada em dados comparativos para adultos com e sem CC, atestou que pacientes portadores de disfunções congênitas tiveram um tempo médio de internação hospitalar maior, inclusive em UTI. Todavia, outros estudos, amparados em amostras menores, apontaram não haver notório aumento de sintomas ou complicações graves em pacientes com CC no curso da COVID-19. Tal fato revela dados discordantes na literatura concernente ao tema, sendo, assim, necessários novos grandes estudos para sua maior elucidação, com vistas à prestação de uma profícua assistência médica voltada ao grupo de pacientes em foco.

Área

Medicina

Autores

EDNARDO RAMOS DE MENESES, Amanda Colaço Morais TEIXEIRA, Luana Souza Aragão MONTEIRO, Ana Carolina Nogueira Rocha LIMA, Gabriella Fidelis De SÁ, Caio Pessoa CRUZ, Joana Alves CARNEIRO, Francisco Adriano Brito Aguiar JÚNIOR, João Luís Matos RIBEIRO