41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO COMPARATIVA DA PERVIEDADE E RESULTADOS CLÍNICOS A LONGO PRAZO ENTRE OS ENXERTOS DE ARTÉRIA RADIAL E DA VEIA SAFENA

introdução e/ou fundamentos

A cirurgia de revascularização do miocárdio (CRM) é uma modalidade segura e eficaz no tratamento da cardiopatia isquêmica, reduzindo a recorrência de angina e o número de reinternações, com melhora da qualidade de vida. Entretanto, a CRM não corrige ou reverte o caráter obstrutivo da patologia primária, comprometendo a eficácia dos enxertos a longo prazo. A escolha do enxerto pode interferir na evolução prognóstica, a depender da capacidade de adaptação e remodelação, da perviedade do ducto, do diâmetro do lúmen vascular, da espessura da parede do vaso e das consequências isquêmicas in situ.

Objetivos

O presente estudo busca avaliar perviedade e resultados clínicos a longo prazo contrapondo enxertos de veia safena (VS) e da artéria radial (AR).

Métodos

Revisão sistemática da literatura realizada em junho de 2022 nas bases de dados Pubmed, utilizando os Descritores em Ciências da Saúde: “Saphenous Vein”, “Myocardial Revascularization” e “Radial Artery” cruzados pelo operador booleano AND. Seguindo as diretrizes do PRISMA, foram incluídos estudos observacionais e ensaios clínicos publicados de 2017 a 2022, sem restrição de idioma. Ao total, identificou-se 26 artigos. Com base na leitura de títulos e resumos, foram excluídos estudos que não atenderam aos critérios de elegibilidade, enquanto 24 seguiram para leitura na íntegra. Por fim, 10 artigos foram incluídos nesta revisão.

Resultados e Conclusões

Em todos os estudos, os resultados foram avaliados através de angiografias após a CRM, com tempo de acompanhamento médio variando de 6 anos ± 5. No total, o número de participantes somou 4.968 pacientes, sendo 2.501 submetidos à enxerto de AR e 2.467 de VS. 50% dos estudos apontaram não haver diferença nos resultados clínicos a longo prazo, considerando redução da necessidade de repetição da revascularização e melhor evolução prognóstica, com dados de mortalidade e qualidade de vida semelhantes entre os dois grupos. 30% identificou melhores resultados na AR. Verificou-se que a taxa média de pervidade da AR foi de 89,7%, superior à veia safena (84,5%), sendo relacionada a menor oclusão funcional. Entretanto, em dois estudos, a utilização da técnica No Touch equiparou a pervidade dos dois enxertos (90% VS versus 80,5% AR). Assim, ao avaliar comparativamente os enxertos de veia safena e artéria radial, evidenciou-se semelhança em resultados clínicos e sobrevida, apesar da AR ser relativamente superior em pervidade. A técnica No-touch apresenta-se como alternativa para aumento da pervidade do enxerto VS.

Área

Medicina

Autores

JOILTON AURELIANO DE LIMA FILHO, Maria Alice Vieira Vieira Melo de Lima, FRANCISCO GUILHERME LEITE LINHARES DE SÁ, Bruno Galdino Moreira, Andreza Alverga de Lima , Beatriz Fernandes Vieira, Francisco Matheus Melo Lima, Marta Lígia Vieira Melo