41º Congresso Norte Nordeste de Cardiologia e 27° Congresso Cearense de Cardiologia

Dados do Trabalho


Título

Análise epidemiológica das internações por Insuficiência Cardíaca de 2017 a 2021 no nordeste Brasileiro

introdução e/ou fundamentos

As repercussões da insuficiência cardíaca (IC), uma síndrome caracterizada pelo comprometimento da função de bomba do coração, exigem terapêutica imediata a fim de que se evite a progressão da disfunção miocárdica. Dada a natureza complexa da doença e de sua capacidade deteriorativa, a internação hospitalar, não raro, é indispensável para que haja melhores chances de desfecho favorável ao paciente.

Objetivos

Objetiva-se caracterizar as internações por IC da região nordeste brasileira de 2017 a 2021.

Métodos

Estudo epidemiológico observacional, retrospectivo, realizado a partir da análise de dados secundários obtidos no Sistema de Internações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Observou-se as seguintes variáveis: sexo, raça, taxa de mortalidade por unidade federativa e por faixa-etária e ano de internação, considerando o CID-10 relativo à IC, de janeiro de 2017 a dezembro de 2021.

Resultados e Conclusões

No período, contabilizou-se 210.892 internações por IC, das quais o maior número foi da Bahia, com 67.533 (32%). De 2017 a 2019, houve declínio anual de 5% e 1,3%, respectivamente. Em 2020 registrou-se uma queda no número de internações (NDI) de 22%. Em 2021 ocorreu aumento de 5% do NDI por IC. Nos 5 anos, existiu predominância masculina (54%), de pardos (53,4%), e o menor NDI foi o de indígenas (0,1%). 34% dos dados quanto à raça não foram determinados no SIH. Relativo a isso, a taxa de mortalidade (TM) foi de 12,93% entre indígenas, seguidos pelos pardos (10,74%), pretos (10,69%), brancos (10,72%). Quanto à idade, predominaram os septuagenários (24%), seguidos por pessoas acima de 80 anos (21%). Essa relação se inverte quanto à TM, sendo respectivamente 12,20% e 16,91%. Analisando a TM por Estado, as maiores foram de Sergipe (16,69%), Rio Grande do Norte (16,6%) e Alagoas (14,88%). Foram computadas variações no NDI com uma tendência decrescente, com destaque para a queda abrupta em 2020, quando houve redução da disponibilidade de serviços de saúde, na fase mais grave da pandemia da COVID-19 no país. A retomada do crescimento do NDI pode relacionar-se com a disponibilização de leitos e à ocorrência complicações de casos pré-existentes ou novos de IC, com ou sem relação com a COVID-19. As TM por IC reforçam o papel do sexo masculino e da idade como fatores de risco, conforme a literatura. Há uma escassez de dados relativos à raça no SIH, o que limita a análise quantitativa. Chama a atenção a maior TM, considerando a raça, ser de indígenas, que representam o menor NDI registrado.

Área

Medicina

Autores

LUCAS FERRARI DA SILVA MENDES, Israel Wesley Pinto Leal, Gleydson Miranda Fernandes, Marcela Nolêto Mundim Sousa, George Vinícius Lima Silva, Matheus Oliveira Macedo, Eurípedes Ferreira Araújo Mendes