Dados do Trabalho

Título

Ablação de via anômalas manifestas no anel mitral através do acesso transradial com alta hospitalar precoce devido a pandemia do COVID-19.

introdução e/ou fundamentos

A Ablação das vias anômalas à esquerda ou no anel mitral , podem ser abordadas por punção transeptal, por abordagem aorta retrógrada ou através do acesso transradial. Devido à escassez de leitos durante a pandemia do Covid -19, optamos em realizar por via transradial devido a alta hospitalar precoce.

Objetivos

Apresentar os resultados dos procedimentos de Ablação de via anômalas manifestas no anel mitral através do acesso transradial para a alta hospitalar precoce devido a pandemia do COVID-19.

Métodos

Entre janeiro de 1998 e dezembro de 2021, foram realizadas 3.535 ablações por cateter. Em 1059 pacientes foram para o tratamento de vias anômalas (VA), destes 54,3% (575) eram do sexo masculino, com idade variando de 03 a 75 anos e média de 31,24 anos, o sucesso foi obtido em 94,9% (1005) dos casos. Nosso serviço já havia realizado anteriormente 16 casos de Ablaçao por via transradial. Durante a pandemia do COVID-19 e a dificuldade em conseguir leitos para Internação dos pacientes, entre maio de 2020 e julho de 2021 , foram realizados 8 casos de Ablaçao de via anômalas manifestas no anel mitral, sendo 5 vias ântero-laterais e 3 vias postero-Septal esquerda. 5 pacientes (62,5%) eram do sexo masculino e a idade variou de 24 anos a 56 anos com média de 40 anos. A abordagem se deu pela artéria radial direita , sob anestesia local , paciente submetido a sedação venosa , introdução de uma introdutor 7Fr e posicionamento de apenas o cateter explorador . Mapeamento realizado sempre durante ritmo sinusal e após a Ablaçao realizado testes com adenosina IV. Retirados o cateter e feito curativo local pneumático por 2 horas e troca por um curativo convencional por 24 h. Todos os pacientes foram selecionados após realização do Doppler da artéria radial e ulnar.

Resultados e Conclusões

Nos 8 pacientes a Ablaçao foi sucesso (100%) , o tempo de procedimento variou de 40 minutos a 80 minutos com média de 55 minutos. Não foram registrados nenhuma complicação durante ou após os procedimentos, todos os pacientes receberam alta hospitalar após 3 horas da intervenção. No follow-up ambulatorial, todos os pacientes encontram-se assintomáticos e com ECG sem pré-excitação ventricular.
Diante da pandemia do COVID-19 e falta de leitos hospitalares para internações eletivas de pacientes portadores de VA a esquerda , a abordagem por via transradial foi uma opção segura proporcionando alta hospitalar precoce.

Área

Medicina