Dados do Trabalho
Título
COBERTURA VACINAL E INTERNAÇÕES POR VARICELA E HERPES-ZOSTER NO CEARÁ, 2007-2018
Resumo estruturado
A varicela é uma doença imunoprevenível causada pelo vírus varicela zoster. Em 2016, foram 5.886 casos de internação por varicela no Brasil. A região Nordeste apresentou 23% desses casos, sendo o Ceará o segundo estado da região com maior número de internações pela doença, cerca de 216 (16%). A vacina contra a varicela está disponibilizada no Programa Nacional de Imunização (PNI) desde setembro de 2013, sendo ofertada para crianças aos 15 meses e em 2018 uma segunda dose para crianças aos 4 anos. O objetivo do estudo é relacionar a cobertura vacinal contra a varicela e a incidência de sua internação no período pré e pós-vacinal no estado do Ceará entre os anos de 2007 a 2018. Trata-se de um estudo ecológico através da correlação dos dados secundários de cobertura vacinal e internação por varicela obtidos através do Sistema de informação de Agravos de Notificação (SINAN). Os dados foram analisados no programa Stata 11.2. Os dados foram também distribuídos por municípios e analisados no programa ArcGis 9.2 para a produção dos mapas temáticos. Entre 2007 e junho de 2018 foram 2.598 internações. A maioria no sexo masculino (52%). A faixa etária de 1 a 9 anos apresentou 28% das internações. No período pré-vacinal (2007-2013) houve 59% (1.533) das internações, com coeficiente de incidência variando de 1,9/ 100.000 hab. na cidade de Acopiara, Fortaleza apresentou 26/ 100.000 hab. e em Barbalha 296/100.000 hab. ao longo dos 6 anos. No período pós-vacinal (2014-2018) a cobertura média no Ceará foi de 85%, sendo que a cidade de Antonina do Norte apresentou 19% e a cidade Orós superou os 100% da cobertura. O menor coeficiente de incidência do estado no período pré-vacinal aumentou no período pós- vacinal para 9,4/ 100.000 hab. enquanto que em Barbalha e Fortaleza decresceram para 143 e 14/ 100.000 hab. respectivamente. A cobertura vacinal nesses municípios foi de 94% em Acopiara, 59% em Barbalha e 89% em Fortaleza. O coeficiente de correlação foi de -0,138 (p ≤ 0,05). Apesar de uma ampla cobertura vacinal no Ceará, o resultado não apresentou associação significativa entre a incidência e a cobertura vacinal, sugerindo assim que uma dose da vacina não seja eficaz para evitar o avanço da doença. Com a implantação da segunda dose no ano de 2018, espera-se um decréscimo mais significativo com os anos e assim estudos posteriores devem ser realizados para medir a eficácia dessa dose.
Palavras-chave (máximo 3)
VARICELA; HERPES ZOSTER; COBERTURA VACINAL.
Área
Imunizações / Infectopediatria
Autores
PATRÍCIA PEREIRA LIMA BARBOSA, CAROLINE MARY GURGEL FLORÊNCIO, CARLOS HENRIQUE ALENCAR