V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

ASPERGILOSE PULMONAR ANGIOINVASIVA EM PACIENTE HIV POSITIVO

Resumo estruturado

Introdução: As infecções fúngicas causadas pelo gênero Aspergillus são responsáveis por ocasionar desde reações alérgicas leves à grave comprometimento pulmonar com destruição de parênquima e disseminação sistêmica. Essa última forma clínica ocasiona um quadro infeccioso angioinvasivo grave e fatal denominado de aspergilose pulmonar invasiva. Objetivo: Relatar um caso de aspergilose pulmonar invasiva em paciente com HIV positivo, após acometimento por outras infecções oportunistas.
Metodologia: Realizou-se um estudo descritivo, por meio da revisão de prontuário do paciente.Relato de Caso: Homem, 37anos, reciclador, deu entrada no hospital de doenças infecciosas com quadro de dispneia, tosse produtiva com secreção amarelada, dor torácica, febre não mensurada intermitente, diarreia líquida e disfagia de evolução há um mês. Relatava ter diagnóstico prévio de aids há um ano, sem uso regular de TARV. Apresentava antecedentes de tuberculose pulmonar (tratada por 6 meses) e Calazar, no último ano, além de uso de drogas ilícitas (crack). Ao exame físico apresentava-se: consciente, orientado, cooperativo, febril (38,8ºC), emagrecido, dispneico, FR=38 ipm, FC = 134 bpm, StO2 = 96% em ar ambiente, PA = 104x62 (76) mmHg. AC: BCNF, RCR, 2T, S/S; AP: MVU com crepitações difusas e sibilos bilaterais. Abd: flácido, indolor, esplenomegalia, RHA +; Extremidades: sem edemas ou cianose. Exames laboratoriais revelaram: Hb: 10,1 g/dL; Leucócitos: 36.270; Plaquetas: 550.000; FA: 269 U/L; GGT: 147 U/L; TGO: 106 U/L; TGP: 49 U/L; Creatinina: 0,7 mg/dL; Ureia: 13 mg/dL; LDH: 441; CD4: 154 céls/mm3, e CV: 41.523 cópias/ml; TRM-TB no escarro foi negativo. TC de tórax com contraste evidenciou cavitações em lobo superior e a esquerda com paredes espessadas e material amorfo sugestivo de ´´Bola Fúngica´´ e nódulos centro-lobulares em vidro-fosco com dispersão bilateral. Realizou broncoscopia para coleta de lavado broncoalveolar (LBA), sendo evidenciada presença de placas necróticas com traves fibróticas em toda árvore brônquica. Pesquisa direta de fungos em amostra do LBA revelou presença de hifas septadas com ramificações, formando ângulos de 45º. Cultura do LBA isolou Aspergillus spp.Iniciado anfotericina B deoxicolato e piperacilina/tazobactam. Após nove dias de internamento, paciente evoluiu com piora do quadro respiratório, com insuficiência respiratória aguda grave, necessitando de suporte com O2 suplementar, e ventilação mecânica invasiva. Evoluiu sem melhora clínica, indo a óbito após 10 dias de internamento. Conclusão: Aspergilose pulmonar invasiva comporta-se como uma doença fúngica sistêmica grave, com alta mortalidade, sendo uma micose pouco frequente em pacientes com aids.

Palavras-chave (máximo 3)

Aspergilose,Angioinvasivo,HIV

Área

HIV/ AIDS

Autores

Nícolas Breno Gomes De Lima, Gabriel Melo Ferraz Pessoa, Sabrina Soares Timbó, José de Paula Barbosa Neto, Rafael Costa Coelho, Lisandra Serra Damasceno