V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

ASPECTOS EPIDEMIOLOGICOS DA FEBRE MACULOSA BRASILEIRA NO ESTADO DO CEARA, 2010-2018

Resumo estruturado

Introdução: A febre maculosa brasileira é uma doença infecciosa aguda causada pela bactéria Rickettsia rickettsii, transmitida por carrapatos do gênero Amblyomma, cuja apresentação clínica pode variar desde febre de início súbito com dor de cabeça e nas articulações e/ou prostração até manifestações hemorrágicas diversas e morte. No Brasil, ocorre mais nas regiões Sudeste e Sul. Todo caso suspeito requer notificação compulsória imediata e investigação, por se tratar de doença grave. Objetivo: Caracterizar os aspectos epidemiológicos da febre maculosa no Ceará, no período de janeiro de 2010 a maio de 2018. Metodologia: O estudo é descritivo e transversal, com base nos dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação. Foram calculadas as frequências absolutas e relativas das variáveis sociodemográficas (município e zona de residência, sexo, faixa etária, raça) e específicas dos casos (sintomas, mês de início dos sintomas, tipo de exposição, critério de confirmação, evolução). Resultados: Foram notificados 96 casos de febre maculosa em 13 municípios do Ceará, destacando-se os anos de 2013 e 2015, ambos com 20 (20,8%) notificações. Observaram-se casos em todos os meses do ano, porém com maior frequência em maio. A maioria foi do sexo masculino (55,2%), raça parda (85,4%) e faixa etária de 40 a 59 anos (37,5%), com mediana de idade de 40 anos. As infecções ocorreram principalmente na zona rural (67,7%), em pessoas que frequentaram ambientes de florestas, matas, rios ou cachoeiras (76,0%), ou que se expuseram a carrapatos (81,3%). Os sintomas mais frequentes foram febre (79,2%), cefaleia (74,0%), mialgia (59,4%) e linfadenopatia (28,1%). O critério de confirmação foi laboratorial em 57,3% dos casos e todos evoluíram para cura. Discussão: A febre maculosa foi mais frequente no mês mais chuvoso e a maior parte dos casos teve como local de transmissão ambiente rural. Tal fato se deve às características de reprodução do vetor e pela invasão do homem à ambientes propícios à transmissão. O maior numero de casos em homens se deve à prática de atividades econômicas, como a criação de bovinos e equídeos, ser mais comumente realizada por homens. Estes dados deverão subsidiar as capacitações técnicas, buscando o fortalecimento das ações de vigilância epidemiológica e o direcionamento das medidas de prevenção e controle da doença no Ceará. Por ser uma doença multissistêmica, os profissionais médicos devem estar vigilantes no diagnóstico oportuno, considerando-se o envolvimento do carrapato como fator diferencial.

Palavras-chave (máximo 3)

Febre maculosa; notificação de doenças; vigilância epidemiológica.

Área

Doenças tropicais

Autores

Kellyn Kessiene Sousa Cavalcante, Marta Maria Caetano Souza, Francisca Aline Freitas Coelho, Iva Maria Lima Araújo, Josafá Nascimento Cavalcante, Sheila Maria Santiago Borges, Georgiana Álvares Andrade Viana, Carlos Henrique Alencar