Dados do Trabalho

Título

FILARIOSE: RELATO DE INFECÇAO SECUNDARIA RELACIONADA A TRAUMA

Resumo estruturado

Introdução: A filariose é uma doença crônica que afeta principalmente regiões tropicais como Ásia, África, Américas e Pacífico. As espécies de parasitas Wucheria bancrofti, Brugia malayi e B.timori podem causar essa morbidade no ser humano. Tais vermes nematódeos são transmitidos por mosquitos como Anopheles, Culex sp, Aedes e Mansonia spp. As principais características dessa doença são elefantíase, linfedema e hidrocele decorrentes da linfangiectasia e reações inflamatórias provocadas pela morte dos parasitas no interior dos vasos linfáticos.
Objetivos: Relatar e avaliar repercussão clínica secundária em paciente com filariose.
Relato de caso: M.S.C., 46 anos, procedente de Russas, com diagnóstico prévio de filariose, foi admitida no Hospital e Casa de Saúde de Russas, relatando trauma sofrido há 7 dias e que após esse incidente apresentou intensificação dos edemas, dificuldade de deambular e febre de 38ºC. Paciente declarou também já ter apresentado quadro semelhante após ter sofrido outro episódio anterior de trauma. Ao exame físico, foi observado edema importante de 3+/4+ nos membros inferiores. Foi constatado caso de celulite. Fez uso oral de Cefalexina durante 5 dias mas não apresentou resposta ao tratamento. Foi optado, então, pela internação hospitalar da paciente, sendo realizada a administração endovenosa de Oxacilina e Gentamicina. Paciente respondeu ao tratamento, com redução do edema e cessação da febre. Porém, devido ao caráter crônico da Filariose, após a alta hospitalar, foi encaminhada para acompanhamento médico contínuo.
Discussão: Uma das características principais da patogenia da Filariose é o dano linfático causado pelas filárias, ocorrendo reações teciduais que estimulam a linfangiectasia, dificultando a circulação, acumulando proteínas, causando hipertrofia dos tecidos e resultando em reações fibroplásticas. Esses acontecimentos convergem para a ocorrência de deficiência imunológica e corroboram para a exacerbação de infecções secundárias como a celulite, que deve ser tratada com antibióticos que tenham ação contra Estreptococos e Estafilococos. A ocorrência de infecções secundárias pode, consequentemente, tornar os sintomas da filariose mais intensos. Excluindo tais infecções, o tratamento padrão crônico utilizado para Filariose é a Dietilcarbamazina (DEC). Porém, o tratamento deve ser analisado e modificado para cada caso em questão.
Conclusão: A filariose deve ser valorizada por todos os profissionais da área da saúde, pois é uma doença que afeta psicologicamente e funcionalmente os indivíduos que a tem, tornando também esses pacientes mais susceptíveis a complicações, como infecções secundárias, e por isso é necessário que o tratamento e o acompanhamento crônico sejam realizados de forma que se adequem às necessidades de cada paciente.

Palavras-chave (máximo 3)

Filariose, Infecção, Trauma

Área

Doenças tropicais