V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

HOMOFOBIA E DISCRIMINAÇAO CONTRA HOMENS QUE FAZEM SEXO COM HOMENS INFECTADOS PELO VIRUS HIV

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), a população LGBTI é uma das mais vulneráveis em relação à violação dos direitos humanos, o que inclui violência homofóbica, discriminação em locais de trabalho e serviços de saúde, estupro e assassinatos. Os homossexuais não são as únicas vítimas da violência homofóbica, ela também atinge a todos os que rompem com convenções sociais de gênero e sexualidade: travestis, transexuais, bissexuais, lésbicas e homens que fazem sexo com homens (HSH). Há diferentes tipos de comportamentos homofóbicos, tais como a violência física, assassinato, violência psicológica (falar mal, ridicularizar, apelidar, excluir de grupos sociais ou até mesmo não gostar de frequentar o mesmo espaço com uma pessoa que se diz não heterossexual). OBJETIVO: Descrever os episódios de homofobia e discriminação relatados pelos HSH. METODOLOGIA: Trata-se de um estudo seccional realizado na cidade de Fortaleza e outros cinco municípios da região metropolitana de Fortaleza (RMF), entre os meses de outubro a novembro de 2010. A amostra foi constituída por 391 homens com 18 anos completos ou mais, que informaram ter tido prática sexual com outros homens nos últimos seis meses e residiam há pelo menos três meses nos municípios estudados. Os critérios de inclusão foram: relatar pelo menos uma relação sexual com um homem nos últimos seis meses; ser portador do vírus HIV; aceitar as condições para participar da pesquisa; não estar sob a influência de drogas, incluindo álcool, no momento da visita. Os dados foram coletados por meio de um questionário estruturado e analisados pelo software SPSS 23.0. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Em relação às características demográficas os participantes eram jovens, com idade entre 18 a 20 anos (40,3%). Quanto à escolaridade, a maior frequência foi de 9 a 11 anos de estudo (37,4%) com mais da metade pertencendo à classe social C (57,6%). A renda individual mais prevalente foi a de 1 a 2 salários mínimos (21,5%), sendo que 21,1% referiram ausência de renda. Mais da metade (57,8%) narraram ter sido vítima de homofobia, com 16,6% destes tendo sido forçados a ter relações sexuais contra a vontade e 62,5% informando ter sido violentados por pessoas estranhas ou desconhecidas. Quanto ao local de ocorrência da homofobia, a maior frequência foi na rua (42,3%), seguido de locais de comércio (36,6%). Chama atenção o fato do serviço de saúde também ter sido citado como local de discriminação (7,5%). CONCLUSÃO: Os dados apontam que a homofobia e discriminação continuam presentes no cotidiano dos HSH portadores de HIV. Portanto, há uma necessidade urgente de reforçar políticas púbicas efetivas, inclusive com legislação, que possam estabelecer ações de prevenção à discriminação na população dos HSH.

Palavras-chave (máximo 3)

Discriminação; Homofobia; HIV.

Área

HIV/ AIDS

Autores

GEYSA MARIA NOGUEIRA FARIAS, VALERIA FREIRE GONÇALVES, DANIELLE TEIXEIRA QUEIROZ, DEBORAH GURGEL SMITH, JOSE REGINALDO PINTO, DANIELLE MALTA LIMA, GERALDO BEZERA DA SILVA JUNIOR, LARA GURGEL FERNANDES TAVORA