Dados do Trabalho
Título
ANALISE EPIDEMIOLOGICA DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM MALARIA EM HOSPITAL DE REFERENCIA NO ESTADO DO CEARA ATENDIDOS ENTRE 2007 E 2017
Resumo estruturado
INTRODUÇÃO: A malária é uma doença infecto-parasitária endêmica em países tropicais. Tem como agente etiológico os protozoários do gênero Plasmodium, sendo, no Brasil, o P. vivax e o P. falciparum os principais causadores. A transmissão da doença ocorre por meio da picada das fêmeas hematófagas de mosquitos do gênero Anopheles infectadas com o agente. Clinicamente, a Malária apresenta uma sintomatologia inicial inespecífica caracterizada por mal-estar, mialgia e cefaleia, que evolui com quadro febril clássico. De acordo com o Ministério da Saúde, entre 2014 e 2017 ocorreram 661.791 casos de malária em regiões amazônica e extra-amazônica. OBJETIVO: Avaliar o perfil epidemiológico de crianças e adolescentes com malária em hospital de referência no estado do Ceará, no período de 2007 a 2017. METODOLOGIA: Realizou-se um estudo descritivo de dados coletados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) de pacientes de 0 a 17 anos notificados no Hospital São José de Doenças Infecciosas do estado do Ceará, de janeiro de 2007 a junho de 2017. RESULTADOS: Houve 234 casos notificados de malária durante o período, dentre os quais 20 (8,5%) eram pacientes com até 17 anos. Nesse conjunto, a média de idade entre os pacientes foi de 9,67 anos, com desvio padrão de 5,35. A maior idade registrada foi 17 anos e a menor foi 20 semanas. 9 (45%) eram do sexo masculino e 11 (55%) eram do sexo feminino. Em se tratando das atividades praticadas nos últimos 15 dias, 9 (45%) relataram viagem ou turismo, 2 (10%) alegaram atividade de exploração natural e 3 (15%) informaram outras atividades. No que diz respeito ao local de maior probabilidade de infecção, pelo menos 15 (75%) foram na região Norte do país e 1 (5%) em outro país. A localidade foi ignorada em 4 (20%) pacientes. Dentre os possíveis infectados na região Norte, 9 (60%) foram infectados em Rondônia, 3 (20%) no Pará, 2 (13,3%) no Amapá, 1 (6,7%) no Amazonas. Do total de crianças e adolescentes, 17 (85%) tiveram a confirmação laboratorial de malária, sendo todos (100%) infectados por P. vivax. Quanto à positividade dos testes, em uma escala de 1 a 6 cruzes, 1 (5,9%) paciente foi positivo em 1 cruz, 2 (11,8%) positivos em 3 cruzes, 13 (76,4%) positivos em 4 cruzes e 1 (5,9%) positivo em 5 cruzes. Neste último paciente, a parasitemia por mm3 foi a maior, sendo de 22.500. A média da parasitemia nos pacientes foi de 3.704,4 parasitas por mm3, com desvio padrão de 5194,4. DISCUSSÃO/CONCLUSÃO: As atividades de viagem, transporte, turismo e exploração natural, principalmente na região Norte, são destaques bem elucidados da epidemiologia da malária e se demonstram presentes como fatores de risco importantes no contexto da transmissão da doença no Ceará. Variados níveis de parasitemia podem estar presentes em crianças, o que reforça a importância da confirmação laboratorial para o diagnóstico da malária.
Palavras-chave (máximo 3)
Malária, Epidemiologia, Ceará
Área
Doenças tropicais
Autores
Lucas de Menezes Galvão, David Mendes de Melo, João Gabriel Vale de Carvalho, Gerardo Albino Nogueira Filho, Matheus Dias Girão Rocha, Luís Arthur Brasil Gadelha Farias, Janete Romão dos Santos