Dados do Trabalho
Título
EVOLUÇAO DAS INTERNAÇOES E GASTOS POR HANSENIASE NO CEARA: HOUVE MELHORA DAS ESTATISTICAS NOS ULTIMOS 10 ANOS?
Resumo estruturado
Introdução: A hanseníase é uma doença de notificação compulsória, infectocontagiosa, negligenciada, estigmatizante, restrita ao ser humano e causada pelo Mycobacterium leprae, bacilo intracelular obrigatório que se aloja na célula de Schwann da bainha mielínica de nervos periféricos. Acomete o sistema dermatoneurológico, variando entre dois polos estáveis (tuberculoide e virchowiano), com formas intermediárias instáveis, levando a sequelas neurológicas, oftalmológicas e motoras, se não tratada precocemente. Objetivo: Analisar a evolução das estatísticas de internações e gastos por hanseníase no Ceará na última década. Métodos: Estudo quantitativo, populacional, descritivo, observacional e transversal, com base em dados disponíveis no Sistema de Informações de Agravos de Notificação. Resultados: De 2008 até abril de 2018, foram registradas 1.171 internações por hanseníase no país, sendo 75 em 2008, 114 em 2009, 124 em 2010, 201 em 2011, 120 em 2012, 129 em 2013, 163 em 2014, 92 em 2015, 66 em 2016, 60 em 2017 e 27 até 04/2018. A região Nordeste notificou 14.773 internações, das quais Pernambuco foi 1º lugar (4.540), seguido pelo Maranhão (3.176), Bahia (1.857) e Piauí (1.594), com o Ceará vindo em seguida. Em relação aos gastos por internação, a região Nordeste registrou R$641,38 por cada caso, sendo o Ceará o 2º estado com o menor valor (R$504,83), abaixo apenas do Maranhão (R$490,28). Destacaram-se, com os maiores gastos, os estados de Sergipe (R$940,31), Pernambuco (R$801,09) e Piauí (R$745,28). No Ceará, foram R$344,18 em 2008, R$339,33 em 2009, R$540,42 em 2010, R$540,55 em 2011, R$461,43 em 2012, R$478,90 em 2013, R$526,43 em 2014, R$563,83 em 2015, R$586,79 em 2016, R$441,48 em 2017 e R$1.146,21 em 2018. Conclusão: A persistência temporal da hanseníase ainda é observada no Ceará e, apesar da diminuição de casos na última década, as diferenças no panorama de incidência da hanseníase nos limites geográficos brasileiros demonstram a necessidade de integrar e aperfeiçoar os serviços de vigilância e prevenção desta endemia, além de programar constantes revisões das estratégias diagnósticas e terapêuticas, com enfoque particular para os estados que marcam os principais números epidemiológicos.
Palavras-chave (máximo 3)
hanseníase, internações, gastos
Área
Infecções bacterianas e micobacterianas
Autores
Camylla Santos de Souza ROLIM Souza, Carolina Rodrigues de Cardoso Carvalho ROLIM CARVALHO, Iara Geisa Lima Ferreira ROLIM Ferreira, Jessica Maria Teixeira Ribeiro ROLIM RIBEIRO, Vinícius Vasconcelos do Lago ROLIM LAGO, Filipe Quadros Costa COSTA, YVILLA CINARA ROLIM MAGALHAES MAGALHÃES, João David de Souza Neto ROLIM NETO