V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

CENARIO EPIDEMIOLOGICO DA INFECÇAO POR HIV/AIDS NO ESTADO DO CEARA

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: Mesmo com os avanços significativos, como o aumento da sobrevida das pessoas vivendo com HIV/aids, em virtude da maior acessibilidade aos antirretrovirais, da redução da transmissão vertical do HIV e do combate a doenças relacionadas à aids, como a tuberculose, a epidemia por esta infecção permanece um dos grandes desafios para a saúde pública no mundo. Segundo a OMS, 44% dos novos casos em todo o mundo no ano de 2015 ocorreram entre populações chaves e seus parceiros, como os homens que fazem sexo com homens, profissionais do sexo, usuários de drogas injetáveis e pessoas privadas de liberdade. No Brasil, foram registrados 882.810 casos de aids no período de 1980 a junho de 2017, o que corresponde cerca de 40.000 novos casos identificados por ano. No Ceará, de 1980 até 2017 foram notificados 18.970 casos de aids. O município de Fortaleza ocupou a 6ª posição na detecção de casos entre as capitais da Região Nordeste e registra mais da metade do total de casos do estado. OBJETIVO: Analisar e descrever o perfil epidemiológico da aids em adultos no estado do Ceará na última década. METODOLOGIA: Estudo epidemiológico, descritivo e quantitativo. Os dados foram coletados do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (SINAN) e analisados utilizando-se estatística descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO: No Ceará, observou-se entre os anos de 2007 a 2012 um aumento constante da notificação de aids entre adultos, apresentando uma elevação significativa em 2012 (14,9 por 100 mil hab.), quando comparada com a média dos últimos 10 anos (11,5 casos/ 100 mil hab.). Após esse ano, as taxas apresentaram queda significativa com redução de 55,5% até o ano de 2016. Essa diminuição nas taxas de notificação de aids em adultos provavelmente está associada ao aumento da rede de capilaridade dos testes rápidos em todo o Estado, fazendo com que a taxa de detecção do HIV permaneça em constante elevação, levando assim a uma boa efetividade no diagnóstico precoce. O estudo revelou que o sexo masculino foi responsável pelo maior número de casos. Em relação à razão de sexo (masculino/feminino) que era 2,0 em 2007 passou para 4,0 em 2017. A partir de 2012, observa-se uma queda gradual dos casos de aids em mulheres. Em relação à categoria de exposição, observa-se que no período de 2007 a 2017 a maior ocorrência foi nos grupos de heterossexuais, representando 42,9% dos casos notificados, enquanto a exposição de homossexuais representou 18,4% dos casos. CONCLUSÃO: Evidenciou-se taxas de notificação de aids crescente até o ano de 2012 com uma diminuição significativa a partir de 2013. Pessoas do sexo masculino e heterossexuais foram os grupos mais prevalentes. A disseminação dessas informações é de alta relevância para os gestores e população,contribuindo para implementação das ações de promoção e prevenção de HIV/aids no estado.

Palavras-chave (máximo 3)

HIV/aids; Vulnerabilidade em saúde; Doenças Transmissíveis.

Área

HIV/ AIDS

Autores

GEYSA MARIA NOGUEIRA FARIAS, VALERIA FREIRE GONÇALVES, DANIELLE TEIXEIRA QUEIROZ, LEA MARIA MOURA BARROSO DIOGENES, JOSE REGINALDO PINTO, DANIELLE MALTA LIMA, GERALDO BEZERRA DA SILVA JUNIOR, LARA GURGEL FERNANDES TAVORA