Dados do Trabalho

Título

OCORRENCIA DE DOENÇA DE CHAGAS NO BRASIL NOS ANOS DE 2012 A 2017

Resumo estruturado

A Doença de Chagas (DC) é uma doença causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi e possui como vetor o triatomíneo hematófago. Considera-se um grave problema de saúde sendo reconhecida pela Organização Mundial de Saúde como uma das treze maiores doenças tropicais negligenciadas. Seu ciclo de transmissão pode ser efetivado pela forma vetorial, transfusional, oral, vertical ou por transplante. No Mundo, estima-se que cerca de 8 milhões de pessoas estão com a DC e só no Brasil há 1,1 milhão de enfermos. Objetivou-se analisar a ocorrência da DC no Brasil. Trata-se de um estudo transversal retrospectivo envasado nas informações secundárias fornecido pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) de acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN). Realizou-se o levantamento no mês de outubro de 2018 e as seguintes variáveis: ano, sexo, raça, faixa etária, região, critério de confirmação, evolução, modo e local provável de infecção. Analisaram-se os informes dos anos de 2012 a 2017. Fez-se tabulação usando o programa Microsoft Excel, versão 2013. Depois, foram calculadas frequências absolutas e relativas e, posteriormente, os dados foram confrontados com a literatura pertinente. No fragmento temporal analisado, foram notificados 1.357 mil casos da DC. Destaca-se a sua tendência crescente apresentando a menor taxa em 2013, 152 (11,2%), e a mais elevada em 2016, 352 (26,0%). Estes casos estão relacionados principalmente aos surtos associados à ingestão de alimentos contaminados (caldo de cana, açaí). Há uma dominância do sexo masculino, 748 (55,1%), e da raça parda com 1.094 (80,6%) dentre os enfermos. A faixa etária mais acometida é dos 20 aos 39 anos com cerca de 459 notificações (33,8%). O conhecimento da idade é relevante, pois quanto mais cedo ocorrer a infecção e mais tardio for o diagnóstico, mais grave é o quadro clínico. Apresenta-se preponderante a Região Norte centralizando 1.318 dos casos (97,1%). Para confirmação da enfermidade, utilizou-se o diagnóstico laboratorial, em 1.280 dos casos (94,3%). No tocante da evolução, há um predomínio de pacientes vivos, 1.205 (88,8%). Como forma de infecção, tem-se realce da oral com 973 (71,7%) e o provável local de infecção tem o domicílio com 672 (49,5%). O perfil do paciente chagásico no Brasil é de predomínio do sexo masculino, cor parda, jovem, morador da região Norte, cuja infecção se deu no ambiente doméstico e de forma oral. A mudança no cenário de transmissão da doença merece enfoque em medidas preventivas e controle sanitário rigoroso. Faz-se essencial buscar fatores que levam à persistência da concentração de casos na Região Norte, pois possui uma alta endemicidade e prevalência, necessitando de um maior enfoque em estratégias de controle adequadas à realidade local.

Palavras-chave (máximo 3)

Doença de Chagas; Doença Infecciosa; Brasil