V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

OBITOS POR NEOPLASIAS RELACIONADAS AO HIV NA REGIAO NORDESTE EM 2017: UMA ANALISE EPIDEMIOLOGICA

Resumo estruturado

Introdução: A Aids, causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), constitui-se em importante problema de saúde pública. Ela apresenta-se como uma das principais causas de morte prematura, especialmente no grupo entre 24 e 44 anos. Esta mortalidade está em boa parte relacionada a neoplasias decorrentes do comprometimento do sistema imunológico, como linfomas, sarcomas de Kaposi e neoplasias sanguíneas. A região Nordeste é uma das que mais sofre com esse problema, pois a alta incidência associada a problemas na adesão ao tratamento aumentam o risco e a possibilidade de neoplasias. Objetivo: Analisar a epidemiologia dos óbitos causados por neoplasias malignas consequentes a doença pelo vírus HIV. Métodos: Esse estudo colheu dados secundários provenientes do Departamento de Informação e Análise Epidemiológica, da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. Foram avaliados os óbitos totais baseados no registro do Código Internacional de Doenças (CID-10), selecionando-se o indicador B-21, relacionado a HIV que resultou em neoplasia maligna. A abrangência escolhida foi a região Nordeste, e foram avaliados local de ocorrência, sexo, idade e raça/cor dos óbitos registrados no ano de 2017. Resultados: Foram notificados 62 óbitos por neoplasia relacionada ao HIV na região em 2017. Os estados com maior número de ocorrências foram Pernambuco(15), Bahia(13), Maranhão(8), Piauí(7) e Ceará(6). Desses, 57 (91,9%) ocorreram em hospitais, 3 (4,8%) em domicílio e 2 (3,3%) em outros locais. 45(72,6%) desses óbitos ocorreram em pacientes homens, contra 17(27,4%) nas mulheres. Em relação à faixa etária, não foram notificados óbitos em menores de 20 anos. 30 (48,4%) ocorreram em pessoas de 20 a 39 anos, 27 (43,5%) entre 40 a 59 anos e 5 (8,1%) em maiores de 60 anos. Sobre raça/cor, 43 (69,4%) foram declarados pardos, 10 (16,1%) brancos, 7 (11,2%) cor preta e 2 (3,3%) outras. Conclusão: Verifica-se uma relação direta entre a incidência da Aids e a mortalidade por câncer. Pernambuco, por exemplo, o estado com a maior incidência da doença, é também aquele em que há maior mortalidade. A relação entre os sexos também reflete a questão epidemiológica, pois a maioria dos infectados pelo HIV são homens. A idade pode estar relacionada ao risco maior de câncer em idades mais elevadas como também à própria doença, em que algumas neoplasias, como o sarcoma de Kaposi, surgem em até 6 meses do início da infecção e outras demoram até 10 anos para surgir. Sobre a questão de raça/cor, verifica-se uma disparidade, pois, apesar de as populações branca e parda terem percentuais similares de infectados, a população parda apresenta mais mortes por neoplasias. Percebe-se, portanto, que há a necessidade de mais estudos sobre a temática que abranjam populações maiores, para que seja possível elaborar hipóteses mais pertinentes sobre os resultados encontrados.

Palavras-chave (máximo 3)

óbitos neoplasia HIV

Área

HIV/ AIDS

Autores

RENATA BEZERRA AMORIM, JOSÉ FRANCISCO IGOR SIQUEIRA FERREIRA, PIERRE RAMOS COSTA NETO, ARTUR COSTA CRUZ, BRUNNO ALEXANDER OLIVEIRA, RAYANY RODRIGUES, GRACIELE GOMES SOUSA, MIGUEL MARCELO FREIRE MELO