V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

SEPSE POR STAPHYLOCOCCUS AUREUS EM PACIENTE COM HERPES-ZOSTER E MENINGITE BACTERIANA: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Introdução: Sepse é uma importante causa de morte no mundo e é causada por uma resposta imune desregulada contra micro-organismos, principalmente, bactérias gram-positivas (S. aureus) e gram-negativas (P. aeruginosa). O S. aureus é parte da microbiota natural do ser humano e pode se tornar patológico quando há uma quebra da barreira cutânea ou uma deficiência imune. Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 44 anos, procedente de Fortaleza, morador de rua, usuário de crack e etilista. Foi internado em agosto de 2018 com quadro de herpes-zoster em associada a febre alta, calafrios, náuseas, vômitos, astenia e celulite em face há 1 semana. Evoluiu com piora importante da desorientação e leucocitose (30.450/mm3) no mesmo dia. Foi iniciada terapia com ceftriaxona e aciclovir. No 1º dia de internação, apresentou taquidispneia e roncos difusos na ausculta pulmonar. Realizou punção lombar que revelou 458 céls./mm3 com predomínio de neutrófilos, glicorraquia=104mg/dl e proteinorraquia= 150,15mg/dl. Raio-x de tórax mostrou infiltrado intersticial difuso em hemitórax esquerdo, optando-se pelo escalonamento para ceftriaxona e tazocin. Persistiu com desorientação, alternando períodos de sonolência e agitação, motivando substituição do tazocin pelo esquema vancomicina + meropenem e realização de intubação. Devido desconforto respiratório (SatO2 88% em MV de 50%) solicitou-se leito em UTI. No 5º dia, evoluiu com insuficiência respiratória e apresentou vários picos febris. No 7º dia os resultados da hemocultura (duas amostras) foram positivos para S. aureus sensível à vancomicina. No 8º dia, foi transferido para UTI aonde continuou o tratamento para meningite bacteriana aguda, insuficiência respiratória e sepse por S. aureus. Houve melhora da saturação de O2, mas ainda permanência da rigidez nucal. Ao longo dos dias, o paciente evoluiu com melhora, foi extubado e tirado da sedação, sendo iniciada linezolida no 12º dia e amicacina e polimixina no 16º dia. Ainda no 16º dia foi reintubado e sedado devido a episódio de insuficiência respiratória. Continuou em ventilação mecânica, sedação e suporte hemodinâmico (noradrenalina) até o 20º dia, no qual foi solicitado o desmame de tais medidas de suporte. No 21° dia, iniciou clindamicina. Nos dias seguintes evoluiu bem, apenas com alguns episódios de diarreia, fez anti-HIV que revelou amostra indeterminada (ELISA reagente e Immunoblot não reagente). No 31° dia recebeu alta da UTI e foi para enfermaria aonde evoluiu sem intercorrências, exceto 2 episódios de hipoglicemia, e recebeu alta hospitalar no 36° dia de internação. Conclusão: O paciente evoluiu com desfecho postivo, no entanto é importante atentarmos para a sepse causada por S. aureus como importante causa de sequelas e óbitos em todo o mundo e faz-se necessário um diagnóstico precoce e um acompanhamento rigoroso a fim de evitar desfechos desfavoráveis.

Palavras-chave (máximo 3)

Sepse; S. aureus; Meningite bacteriana

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

Isadora Maria Praciano Lopes, Francisca Lillyan Christyan Nunes Beserra, David Mendes de Melo, João Gabriel Vale de Carvalho, Tino Miro Aurélio Marques, Lílian Macambira Pinto, Evelyne Santana Girão