Dados do Trabalho

Título

LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA DE ASPECTO VEGETANTE

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecciosa e não contagiosa, causada por um protozoário do gênero Leishmania que acomete o ser humano. O diagnóstico da doença é realizado por meio de avaliação clínica e também através de exames laboratoriais. As lesões de pele podem ser única, múltiplas ou difusa. Geralmente se apresentam na forma de úlceras indolores, de bordas elevadas e fundo granuloso.  Dentre os exames diagnósticos temos a exame parasitológico direto em fluidos e tecidos, ou “in-print” feito com o fragmento da biópsia, exame histopatológico e exames sorológicos como o teste ELISA. Neste trabalho, relatamos um caso de apresentação atípica de LTA em paciente paciente acompanhado no Hospital São José de Doenças contagiosas, com o objetivo de alertar para a ocorrência de manifestações pouco usuais desta doença. RELATO: Paciente do sexo masculino, 13 anos, natural de Fortaleza, criado em área urbana, estudante. Relatava que em dezembro/2017 surgiu uma lesão única, ulcerada e indolor no antebraço direito, que evoluiu com aumento progressivo em 5 meses. Procurou assistência médica sendo encaminhado para biópsia para descartar neoplasia. Ao exame, apresentava-se na forma de úlcera, 5X3cm, com bordas infiltradas, porém com a presença de proliferação tecidual de aspecto vegetante no seu interior associada a áreas mais escurecidas, sugestivas de necrose. Paciente não tinha febre ou linfadenomegalia. Apresentava como sintomas associados uma perda de peso. Havia usado amoxicilina/clavulanato e cefalexina, bem como mupirocina tópico, sem melhora. O resultado da biópsia confirmou a hipótese de LTA com achados histológicos de hiperplasia irregular na epiderme, acentuado infiltrado inflamatório em derme, com células gigantes multinucleadas. Havia ainda a presença de parasita intracitoplasmáticos, correspondendo à forma amastigota de Leishmania. DISCUSSÃO: A LTA é uma doença polimorfa, mas sua apresentação geralmente inicia-se com uma pápula no local da inoculação, com expansão gradual até formar-se uma úlcera, que costuma ser única, de bordas elevadas e infiltradas, tecido de granulação avermelhado no fundo e coberto de exsudato. Lesões variantes deste padrão necessitam de investigação mais aprofundada, pois podem ser formas atípicas ou outras doenças. Esta apresentação relatada acima varia em relação às características da forma clássica da doença, sendo considerada atípica. Quando as lesões são vegetantes ou verrucosas o diagnóstico pode ser mais difícil. Devem ser investigadas considerando-se outras etiologias: neoplasias, tuberculose, esporotricose e a própria leishmaniose. O relato deste caso alerta para a importância do conhecimento das formas atípicas da apresentação da doença, a fim de estabelecer o diagnóstico precoce e instituir terapêutica adequada evitando sequelas deformantes.

Palavras-chave (máximo 3)

Leishmania Tegumentar Americana, úlceras, biópsia

Área

Doenças tropicais