V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO DE IDOSOS COM LEISHMANIOSE VISCERAL EM HOSPITAL DE REFERENCIA NO CEARA DURANTE 2017-2018

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A Leishmaniose visceral (LV) é uma protozoonose com múltiplas formas de apresentação, comum nas regiões periurbanas de países em desenvolvimento. Clinicamente acarreta acometimento sistêmico com febre de longa duração, perda de peso, astenia e anemia. O agente etiológico, no Brasil, é o protozoário Leishmania donovani. Segundo o DATASUS, no período entre 2014 e 2017 foram notificados, no Brasil, um total 1.247 casos de LV em indivíduos acima de 60 anos, sendo o estado do Ceará responsável por 177 deles.
OBJETIVO: Analisar perfil clínico e epidemiológico de idosos com leishmaniose visceral internados em hospital de referência no estado do Ceará.
METODOLOGIA: Foi feito um estudo descritivo com dados secundários coletados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) de pacientes hospitalizados e notificados em hospital de referência no Ceará, de janeiro de 2017 a junho de 2018.
RESULTADOS: Foram identificados um total de 236 casos notificados com LV no período analisado. Deste total, 26 (11%) eram idosos (> 60 anos). A média de idade do grupo foi 68,4 com desvio padrão de 8,6, sendo 88 anos a maior idade. Na distribuição por sexo 20 pacientes (77%) eram do sexo masculino e 6 (23%) do sexo feminino. Dentro do grupo, 5 (19,2%) tinha coinfecção com HIV. Para diagnóstico, 25 (96,1%) foram confirmados por critério laboratorial. Nas estratégias terapêuticas, 20 pacientes (76,9%) usaram anfotericina B lipossomal, 2 (7,7%) usaram antimonial pentavalente e 1 (3,8%) fez uso de anfotericina B desoxicolato. Com relação às principais manifestações clínicas, destacou-se febre em 20 pacientes (76,9%), adinamia em 19 (73%), edema em 2 (7,7%), perda de peso em 19 (73%), tosse em 9 (34,6%), esplenomegalia em 18 (69,2%), hepatomegalia em 17 (65,4%), icterícia em 2 (7,7%) e fenômenos hemorrágicos em 2 (7,7%). Com relação aos desfechos, 16 (61,5%) evoluíram com cura, 9 (34,6%) foram a óbito e 1 (3,8%) foi transferido. Dos óbitos, apenas 1(11,1%) apresentava coinfecção com HIV.
CONCLUSÃO: Nota-se predomínio da LV em idosos do sexo masculino. A principal droga utilizada para tratamento foi a anfotericina B lipossomal o que pode estar relacionado ao fator de gravidade inerente à faixa etária devendo-se optar por drogas de menor toxicidade. Observou-se taxa importante de pacientes apresentando LV e HIV revelando a importância de investigar esta coinfecção também nesta faixa etária.

Palavras-chave (máximo 3)

Leishmaniose Idosos Epidemiologia

Área

Doenças tropicais

Autores

Joao Gabriel Vale De Carvalho, Francisca Lillyan Christyan Nunes Beserra , Andeson Abner Souza Leite, Madalena Isabel Coelho Barroso, Isadora Maria Praciano Lopes, Pedro de Lima Menezes, Vinícius Calvário Alvares Pinheiro, Roberto da Justa Pires Neto