V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

CARACTERISTICAS CLINICO-EPIDEMIOLOGICAS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES COM LEISHMANIOSE VISCERAL EM HOSPITAL DE REFERENCIA NO CEARA NO BIENIO 2017-2018

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: Leishmaniose visceral (LV) ou também chamada de calazar é uma zoonose de grande destaque no estado do Ceará, pois possui altos índices de incidência e notável mortalidade. A doença é causada pelo protozoário Leishmania donovani e acomete todos os grupos etários, mas é de considerável importância em crianças. De acordo com a secretaria de saúde do estado do Ceará, no período de 2008 a 2017, 5.600 casos dessa doença foram confirmados, dentro os quais 1.228 (21,9%) se deram em crianças de 1 a 4 anos, sendo esta a faixa etária mais acometida. OBJETIVO: Analisar as características clínico-epidemiológicas de crianças e adolescentes com leishmaniose visceral internados em hospital de referência no estado do Ceará. METODOLOGIA: Foi feito um estudo descritivo de dados coletados do Sistema de Informação de Agravos e Notificação (SINAN) de pacientes hospitalizados e notificados em hospital de referência no Ceará, selecionando-se os pacientes de 0 a 18 anos no período de janeiro de 2017 a junho de 2018. RESULTADOS: No período analisado, 236 casos foram notificados. Deste total, 60 (25,4%) eram crianças ou adolescentes. A média de idade do grupo foi 8,8 anos com desvio padrão de 6,5. A menor idade foi 10 meses e a maior de 18 anos. Na distribuição por sexo, 25 (41,7%) eram do sexo feminino e 35 (58,3%) do masculino. Apenas 1 paciente (1,6%) tinha coinfecção com HIV. Foi feita confirmação por critério laboratorial em 32 pacientes (53,3%). Nas opções terapêuticas, 22 (36,6%) usaram antimonial pentavalente e 14 (23,3%) anfotericina b lipossomal. Dentre as principais manifestações clínicas foi observado febre em 55 (91,7%) pacientes, edema em 3 (5%), tosse em 20 (33,3%), esplenomegalia em 36 (60%), hepatomegalia em 36 (60%), icterícia em 4 (6,6%), adinamia em 17(28,3%) e perda de peso em 22 (36,6%). Nos desfechos, 49 (81,7%) evoluíram com cura, 1 (1,6%) com óbito e 10 (16,7%) foram transferidos. CONCLUSÃO: Percebe-se que a leishmaniose visceral é uma doença frequente em crianças, o que requer atenção na prática clínica, haja a vista as grandes possibilidades de várias outras patologias cursarem com sintomatologia semelhante. Quadros atípicos, sem hepatoesplenomegalia podem existir, representando um desafio para diagnóstico da doença nessa faixa etária.

Palavras-chave (máximo 3)

Leishmaniose visceral; Crianças; Epidemiologia

Área

Doenças tropicais

Autores

Francisca Lillyan Christyan Nunes Beserra, Isadora Maria Praciano Lopes, Pedro de Lima Menezes, Andeson Abner de Souza Leite , Vinícius Calvário Alvares Pinheiro, Madalena Isabel Coelho Barroso, Roberto da Justa Pires Neto