V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

GESTAÇAO COM VDRL PERSISTENTE APOS TRATAMENTO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A sífilis, durante a infecção, promove no organismo o desenvolvimento dos anticorpos inespecíficos, que podem ser detectados através dos testes não treponêmicos (como o VDRL), e dos anticorpos específicos, que podem ser detectados pelos testes treponêmicos. O VDRL pode apresentar reações falso-positivas em treponematoses e outras doenças, sendo classificadas como transitórias ou persistentes. As transitórias negativam em 6 meses (malária, gravidez, mononucleose infecciosa, viroses e tuberculose). As reações persistentes permanecem positivas além de 6 meses (hanseniase virchowiana e doenças autoimunes). OBJETIVO: Descrever um caso de uma paciente com VDRL positivado após tratamento adequado, de acordo com as recomendações do Ministério da Saúde. MÉTODOS: As informações contidas neste trabalho foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos, aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura, utilizando as bases de dados: SciELO, pubmed, cochrane. RESULTADOS: Paciente G2P1A0 de 12 semanas procura atendimento para consulta de pré-natal de rotina, onde foi feito a abordagem inicial do pré-natal e constatou-se VDRL: reagente 1:8. Refere situação semelhante em gestação anterior e que o primeiro filho faleceu no pós-parto imediato. Foi iniciado o tratamento do casal com Benzetacil 2.400.000 1x semana por 3 semanas. Com 15 semanas e 2 dias, referiu prurido vaginal e corrimento e que parceiro não fez tratamento completo. Em consulta subsequente paciente relata aparecimento de manchas esbranquiçadas no MMSS. Refeito o teste de VDR após o fim do tratamento, novo positivo, 1:8 e FTA reagente, sendo mantida esquema. Em acompanhamento a paciente persiste com 1:8, e como conduta foi iniciado retratamento do casal. Com 34 semanas e três dias; VDRL: 1:4. VDRL era de 1:4, reiniciou novo tratamento. Gestação encerrada com 40 semanas, sem intercorrências. DISCUSSÃO: O aumento da titulação do VDRL foi observado no primeiro trimestre da gestação, havendo a notificação do parceiro para o início do tratamento do casal. Porém, nas consultas subsequentes, a paciente manteve a mesma titulação alta do VDRL, sendo mantida a medicação. Por causa da privação de liberdade do marido e da não negativação da sorologia, foi suspeitado de que o tratamento não estava sendo feito de forma adequada. Portanto, foi necessário enfatizar para a paciente a importância do uso correto da medicação, em virtude das possíveis consequências, como prematuridade e morte neonatal. Com 40 semanas, ela foi encaminhada para um hospital terciário, a fim de iniciar, de novo, o tratamento, uma vez que a titulação alta, ainda, era persistente, porem menor que no início. A possibilidade de haver um falso positivo também foi apresentada, já que o teste pode permanecer reagente por um longo período de tempo, mesmo em casos de cura.

Palavras-chave (máximo 3)

VDRL persistente; resistência tratamento sífilis; gestação com VDRL positivo

Área

Infecções Sexualmente Transmissíveis

Autores

Amanda Gadelha Mont'Alverne, Herculano Pontes Barros Ribeiro, Tatiana Pinheiro Dantas, Gabriella Lemos Rocha, Tulius Augustus Ferreira de Freitas