Dados do Trabalho
Título
PADROES DE MORTALIDADE POR MICOSES PROFUNDAS COMO CAUSA BASICA DE OBITOS NO BRASIL, EM UM PERIODO DE 11 ANOS
Resumo estruturado
Introdução: As infecções fúngicas são patologias associadas a altas taxas de morbimortalidade.
Objetivos: Avaliar os padrões de mortalidade por micoses profundas no Brasil, no período de 2003-2013.
Metodologia: Realizou-se um estudo transversal dos óbitos por micoses profundas como causa básica de óbito, no período de 2003-2013. Registros de óbitos que englobavam as micoses profundas (B37 ao B49), de acordo com a 10ª Revisão da Classificação Internacional de Doenças (CID-10), do Sistema de Informação sobre Mortalidade, foram analisados. Dados sobre a população e área geográfica foram retirados do site do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Resultados: No período de 2003-2013, ocorreram 11.991.935 óbitos no Brasil, dos quais 525.650 foram referentes às doenças infecciosas sendo equivalente a 4,38% dos óbitos. As micoses como causa básica de óbitos ocorreram em 4.192 declarações de óbitos (DO), representando 0,8% dos óbitos. O período com maior ocorrência foi de 2003-2006 (37,5%). As regiões que apresentaram maior densidade de óbitos por 10.000Km2 foram as regiões Sudeste (22,54 óbitos) e Sul (13,18 óbitos). A taxa de mortalidade (TM) anual foi maior nas regiões Centro-Oeste (2,7 óbitos/1.000.000 hab) e Sul (2,2 óbitos/1.000.000 hab). A mortalidade proporcional (MP) foi maior na região Centro-Oeste (1,2%), seguida das regiões Sul (1,1%) e Sudeste (0,9%). Os Estados que tiveram maior MP foram: Rondônia (RO) (2,9%), Mato Grosso (MT) (2,4%) e Tocantins (TO) (1,4). O sexo masculino (70%), a faixa etária de 30-59 anos (45,7%), a raça branca (57,2%), e estado civil casado (39,3%) foram os mais acometidos. Dentre as causas, as micoses mais frequentes foram: paracoccidioidomicose - PCM (35,6%), criptococose (24,1%) e candidíase (14,3%). PCM e criptococose ocorreram principalmente na faixa etária de 30-59 anos, enquanto candidíase ocorreu mais na faixa etária acima de 60anos. Os Estados que mais registraram óbitos por PCM foram São Paulo (SP) (28,1%), Minas Gerais (MG) (13,5%) e Paraná (13,1%); óbitos por criptococose ocorreram principalmente em SP (26,1%), Rio de Janeiro (RJ) (9,9%) e MG (8,8%); óbitos por candidíase foram mais frequentes em SP (30,2%), RJ (12,5%) e Bahia (11,4%). A taxa de mortalidade foi maior nos Estados de RO (4,3 óbitos/1.000.000 hab) e MT (3,7 óbitos/1.000.000 hab) para PCM; e nos Estados do MT (0,9 óbitos/1.000.000 hab) e Pará (0,8 óbitos/1.000.000 hab) para criptococose. Para candidíase, a TM foi inferior a 0,5 óbitos/1.000.000 hab em todos os estados brasileiros. Em apenas cinco óbitos, a infecção pelo HIV foi citada como condição associada ou que contribuiu para o óbito, sendo em 4 criptococoses e 1 micetoma.
Conclusão: Dentre as micoses profundas, PCM foi a mais frequente como causa básica de óbito, principalmente nas regiões Sul e Sudeste. Porém, RO destaca-se como Estado que registrou maior TM por PCM.
Palavras-chave (máximo 3)
Micoses profundas; Mortalidade; Paracoccidioidomicose
Área
Miscelânea
Autores
Nicolas Breno Gomes de Lima, Gabriel Melo Ferraz Pessoa, Sabrina Soares Timbó, José de Paula Barbosa Neto, Lucas Aguiar Vale, Rafael Costa Coelho, Lisandra Serra Damasceno