V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

LEISHMANIOSE NO CEARA - ANALISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ÚLTIMOS 3 ANOS DE UMA DOENÇA ENDÊMICA.

Resumo estruturado

Introdução: A leishmaniose é uma doença infecciosa que tipicamente afeta crianças menores de 5 anos de idade. Sendo causada pela Leishmania infantum ou chagasi no Brasil e região do Meditarrâneo e pela Leishmania donovani na África e Ásia, é transmitida por fêmeas de flebotomíneos (Lutyzomyia longipalpis). Caracteriza-se por febre alta, anorexia, hepatoesplenomegalia e pancitopenia. Objetivo: Compreender os aspectos epidemiológicos da leishmaniose no Ceará a partir do número de internações e óbitos. Métodos: Estudo transversal descritivo realizado entre julho de 2015 a julho de 2018, com dados de 1206 casos de internação por leishmaniose no Ceará e seus desfechos. Os dados foram obtidos no DATASUS. Resultados: Houve no Ceará 1206 casos de internação por leishmaniose, subtipos visceral, cutânea, cutâneo-mucosa e não especificada, com 308 casos em 2015, 347 em 2016, 347 em 2017 e 204 em 2018. Os municípios mais afetados foram Fortaleza (n=437) e Sobral (n=260). Foram notificados 962 casos de leishmaniose visceral, 251 em 2015, 283 em 2016, 262 em 2017 e 166 em 2018; 50 casos de leishmaniose cutânea, 11 em 2015, 14 em 2016, 16 em 2017 e 9 em 2018; 12 casos de leishmaniose-cutâneo mucosa, 2 casos em 2015, 3 casos em 2016, 4 casos em 2017 e 3 casos em 2018. 182 casos de leishmaniose não especificada, com 44 em 2015, 47 em 2016, 65 em 2017 e 26 em 2018. Ocorreram 782 casos de internação em homens e 424 em mulheres. 86 casos ocorreram em brancos, 2 em pretos, 809 em pardos, 21 em amarelos, 1 indígena e 287 não se autodeclararam. A faixa etária mais acometida foi a da população de 1-4 anos (n=304). Para leishmaniose visceral predominou a faixa etária de 1-4 anos (n=261), na leishmaniose cutânea as faixas etárias de 50-59 anos, 60-69 anos e 70-79 anos foram as mais afetadas (7 casos em cada). Na leishmaniose cutâneo-mucosa a população mais afetada foi a de 1-4 anos, 40-49 anos e 60-69 anos (2 casos em cada). Leishmaniose não especificada foi mais prevalente entre 1-4 anos, (n=36). Ocorreram 35 óbitos, sendo 27 mortes por leishmaniose visceral, 1 por leishmaniose cutânea, 1 por leishmaniose-cutâneo mucosa e 6 por leishmaniose não especificada. 21 mortes ocorreram na população masculina e 14 na feminina. Discussão: Constatou-se uma alta prevalência de leishmaniose no Ceará. Afeta mais homens por uma maior exposição destes aos vetores e aos agentes etiológicos, fato que pode ser evidenciado pelo maior número de casos de internação, demonstrado pelos dados coletados no estudo e pela literatura científica. Dentre todos os subtipos avaliados, o visceral foi mais incidente, corroborando com os dados fornecidos por outras fontes científicas, a qual afirmam o endemismo no Ceará. Esse subtipo afeta principalmente crianças e idosos pelas deficiências imunológicas dessa população, gerando quadros graves que podem evoluir ao óbito, merecendo mais atenção.

Palavras-chave (máximo 3)

Leishmaniose; Leishmaniose Visceral; Calazar

Área

Doenças tropicais

Autores

Gabriela Silva Teles, Leonardo Tavares de Lima, Julia Couto Roriz Loiola, Daniel Levy Furtado Soares, Larissa Cavalcante de Sena, Larissa Oliveira Ribeiro, Stephanie Háila Bezerra Sá Pinheiro, Lília Torquilho Almeida