Dados do Trabalho
Título
PERFIL DE RESISTENCIA DE MICRORGANISMOS GRAM-NEGATIVOS EM UMA UNIDADE DE ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL DA REDE PUBLICA ESTADUAL
Resumo estruturado
Introdução: A qualidade nos serviços de saúde ligada à questão das Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde é uma temática que evoca atenção no cenário mundial enquanto um sério problema de saúde pública. Conforme Pittet e Boyce (2001), um avanço histórico foi a constatação da transmissão cruzada de microrganismos pelas mãos por Semmelweis, por volta de 1847. De forma empírica e ainda sem conhe¬cimento da teoria microbiana ou de transmissão de doenças infectocontagiosas, ele verificou que as mulheres atendidas por estudantes de medicina apresentavam taxas de morbi¬dade e mortalidade maiores do que entre as assistidas pelas parteiras. Para controlar a transmissão dos microrganismos diversas medidas têm sido preconizadas, especialmente nas unidades críticas dos hospitais. Adequado número de profissionais, laboratório de microbiologia competente e atualizado, higienização das mãos, o uso racional de antimicrobianos, retirada precoce dos dispositivos invasivos, máxima adesão às medidas de precaução de contato, higiene corporal com clorexidina a 2% e o uso de quarto privativo para populações específicas, além de treinamento dos profissionais de saúde (CDC, 2012). Objetivo: Relatar o perfil microbiológico e de resistência de microrganismos Gram-negativos isolados em aspirado traqueal de uma Unidade de Acidente Vascular Cerebral (U-AVC) da rede pública estadual. Metodologia: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo realizado a partir dos resultados das culturas de aspirado traqueal (AT) em pacientes internados na U-AVC nos anos de 2013 a 2018. A unidade foi inaugurada em 2009 com estrutura moderna e equipe interdisciplinar para fazer um atendimento diferenciado ao paciente vítima de AVC. É uma das maiores unidades do país com vinte leitos e capacidade para atender 240 pacientes/mês. Resultado/Discussão: A presença de Acinetobacter foi vista há 5 anos já com um padrão preocupante de sensibilidade às drogas desenhadas para tal, como carbapenêmicos, ampicilina-sulbactam, tigeciclina (droga usada no arsenal atual de tratamento da bactéria) e o aminoglicosídio como amicacina, usado em ambiente hospitalar de resistência. Houve o aumento no número de amostras de Pseudomonas e piora na sensibilidade, talvez pelo uso de Piperacilina/tazobactam. O aparecimento de Klebsiella já com mecanismos de resistência aos carbapenêmicos, talvez pelo seu uso, nos mostra como a presença desta enterobactéria acena com um futuro preocupante de redução de drogas para tratar os pacientes nesta unidade que deveria ser limpa. Por fim, o surgimento da Serratia, onde na Terapia Intensiva só é possível tratar com rearranjo de drogas, entre eles, o carbepenem "liquida" ertapenem antes do meropenem, nos aponta para um futuro preocupante apesar da boa sensibilidade à esta classe, porém seu uso exagerado poderá levar rapidamente à uma resistência.
Palavras-chave (máximo 3)
Resistência microbiana a medicamentos. Bactérias Gram-Negativas. Saúde Pública.
Área
Infecções relacionadas à assistência da saúde / Resistência microbiana
Autores
Antonio Romario Mendes da Silva, Lucianna Auxi Teixeira Josino da Costa, Waldélia Maria Santos Monteiro, Gislene Holanda de Freitas, Evarilda Maria Nobre Feitosa