V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

CELULITE ORBITARIA COMO COMPLICAÇAO DE SINUSITE: RELATO DE CASO.

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: Celulites da região orbitária didaticamente dividem-se em periorbitária ou pré-septal e orbitária ou pós-septal. Podem originar-se por extensão de infecções adjacentes (75-90% associam-se à sinusite), trauma local ou, mais raramente, serem secundárias à bacteremia. A fina espessura da parede óssea da órbita e a profusa rede venosa dessa região facilitam esse processo. OBJETIVO: Relatar um caso de sinusite complicada com celulite orbitária em um adolescente e revisão da conduta terapêutica. RELATO DE CASO: NBG, masculino, 16 anos, desenvolveu quadro de cefaleia frontal, sem irradiação, evoluindo ao final do mesmo dia com edema periorbitário à direita, sem outros sinais flogísticos. Houve progressão do edema dois dias depois, acompanhado de rubor e de calor locais. Foi medicado com uma dose de antibiótico intravenoso e seguiu com tratamento domiciliar com amoxicilina/clavulanato. Sete dias após o quadro inicial, apresentou três crises convulsivas, tônico-clônicas generalizadas, afebril, com duração menor que um minuto um minuto. Iniciou tratamento com Ceftriaxona, Metronidazol e Oxacilina. Tomografia de crânio evidenciou processo inflamatório na região frontal direita, e a tomografia de órbitas mostrou sinusite extensa nos seios maxilar e etmoidal à direita, associada à celulite profunda na região orbital direita, com empiema na região fronto-temporal direita. Exames laboratoriais evidenciaram os seguintes resultados: hemoglobina 12,4 g/dl; hematócrito 37,5%; leucócitos 12.400/mm3, sem desvio; plaquetas 533.000/mm3; VHS = 55,0 mm. Paciente evoluiu com redução progressiva do edema, recuperando totalmente a abertura ocular. DISCUSSÃO: As imagens sugerem que houve progressão da infecção para as estruturas da órbita e periorbitárias a partir de uma sinusite extensa. Nessa situação os agentes mais prováveis são os Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e o Streptococcus pyogenes e, menos comumente, Gram negativos, anaeróbios e fungos. Assim, o esquema antimicrobiano geralmente adotado é de amplo espectro como o proposto, levando-se ainda em consideração a necessidade de atingir concentração adequada no sistema nervoso central e intraocular. CONCLUSÂO: O quadro clínico e as imagens são indicativos de celulite orbitária por complicação de uma sinusite. A evolução foi favorável, não tendo sido necessária abordagem cirúrgica das coleções, bastando o tratamento clínico.

Palavras-chave (máximo 3)

celulite, sinusite, antibioticoterapia

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

Fernando Carlos dos Santos Filho, Rebeca Andrade de Araújo, Luis Fernando Johnston Costa , Ana Nágila Alves Felipe, Gláucia Maria Lima Ferreira, Júlia Souza Oliveira, Laís Regina Lacerda Santana, Robério Dias Leite