V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL DE PACIENTES COINFECTADOS TB/HIV EM UM HOSPITAL REFERENCIA EM DOENÇAS INFECCIOSAS NO ESTADO DO CEARA

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: a tuberculose é um grave problema de Saúde Pública. Em 2015 cerca de 10,4 milhões de pessoas desenvolveram a doença e, aproximadamente, 12% tinham o vírus da imunodeficiência humana (HIV). Atualmente, estima-se que 14 milhões de pessoas estejam coinfectadas. No Brasil, em 2016, foram diagnosticados e notificados 66.796 casos novos de TB. O Ministério da Saúde preconiza a testagem rápida do HIV para todos os pacientes com tuberculose. O Brasil ocupa a 19ª posição no ranking dos 30 países com maior prevalência da coinfecção TB/HIV. No Ceará, em 2016, foram realizados 61,5% de testes anti-HIV entre indivíduos com TB, dos quais 12,8% confirmaram a coinfecção . Febre, perda de peso e sinais de intensa reação inflamatória local são sintomas da Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imunológica (SIRI). As interações medicamentosas (IM) indesejáveis alteram a resposta terapêutica causando reações adversas. Indivíduos que consomem poucos medicamentos podem provocar entre 3 a 5% de IM, podendo chegar a 20% naqueles que usam de 10 a 20 fármacos. Outro fator que contribui para o fracasso do tratamento farmacológico são os Problemas Relacionados com os Medicamentos (PRM) que categorizam uma serie de ações a possíveis causas de um resultado negativo a medicamento OBJETIVO: Traçar o perfil clinicoepidemiológico e farmacológico de pacientes coinfectados com TB/HIV em um hospital de referencia de doenças infecciosas no Ceará. MÉTODOS: O estudo analisou 49 prontuários de pacientes atendidos em hospital de referencia entre junho de 2014 a junho de 2016. Foram coletados e analisados fatores sociodemográficos, clínicos, tratamento farmacológico e exames laboratoriais. RESULTADOS E DISCUSSÃO: Houve prevalência pacientes do sexo masculino (79,6%), faixa etária entre 31 a 50 anos (69,4%), uso de drogas de abuso (58,3%), sendo o álcool a drogas mais consumida (35,2%), menos de cinco contactantes (39,6%). A forma pulmonar (73,5%), bacilos sensíveis ao esquema básico de tratamento (95,9%) e a tríade dos sintomas da tuberculose predominaram entre os fatores clínicos. O esquema RIPE (95,9%) e a dose fixa combinada de antirretrovirais (75,5%) prevaleceram entre os tratamentos farmacológicos usados. Interações medicamentosa potenciais (IM) e problemas relacionados a medicamentos (PRM) estavam presentes em todos os pacientes. Prevaleceu no estudo os pacientes que não possuíam exames laboratoriais de baciloscopia, carga viral para HIV, contagem de CD4+. CONCLUSÃO: Pacientes coinfectados TB/HIV apresentaram predomínio da utilização dos esquemas RIPE e concomitantemente a TARV com a dose fixa combinada. A falta dos exames laboratoriais específicos foi um fator relevante para a pouca especificidade estatística dos dados.

Palavras-chave (máximo 3)

Coinfecção, Tuberculose, Interações de Medicamentos

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

Claudevan Pereira Freire, ROBERTO JUSTA Pires Neto, Gardenia Monteiro Farias, Arthur Guilherme Tavares Castro, Miguel Eusebio Pereira Coutinho Junior, Luciana Silva Maciel, Daniel Sampaio Rodrigues, Malena Gadelha Cavalcante