V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

ANALISE DA COINFECÇAO POR HIV E TUBERCULOSE NO ESTADO DO CEARA NOS ANOS DE 2017, 2016 E 2015

Resumo estruturado

A Tuberculose é uma doença infectocontagiosa, causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis. Sua transmissão ocorre pelo ar, no contato com gotículas de uma pessoa com TB pulmonar ativa. Estima-se, no Brasil, que 1/4 dos brasileiros esteja infectado pelo bacilo. Associada ao HIV, ele aumenta a quantidade do vírus circulante, o que piora a imunodeficiência do doente. Segundo a OMS, é a principal causa de morte por causas relacionadas à AIDS (⅓ das mortes). Para identificar os casos de HIV positivo e iniciar o tratamento, precocemente, é essencial a realização de teste anti-HIV em todos os pacientes com tuberculose, priorizando o teste rápido. Este estudo visa avaliar a correlação entre infecção por tuberculose e HIV no Ceará. Os dados foram obtidos dos boletins epidemiológicos estaduais, analisando os testes de HIV feitos em pacientes diagnosticados com tuberculose e a porcentagem de coinfecção. Trata-se de um estudo ecológico e retrospectivo. Nesse contexto, no ano de 2017 foram notificados 3653 novos casos de tuberculose, dos quais 70,4% foram testados para HIV e 11,2% foram positivos para coinfecção. No ano de 2016, foram 3341 novos casos, com 61,5% testados para HIV e 12,8% com a coinfecção presente. Já em 2015, das 3417 novas notificações, 53,9% foram testadas para HIV e 8,2% possuíam coinfecção. Neste cenário, é possível um aumento considerável da realização de testes de HIV em pacientes recém diagnosticados com TB, podendo chegar a 30%. Além disso, é importante ressaltar que houve uma discrepância considerável da porcentagem de coinfectados entre 2015 e os outros anos (2016 e 2017). O número de novos infectados tem se mantido relativamente constante, o que indica que as ações públicas para o controle de novos casos têm sido, até certo ponto, efetivas, entretanto, é necessário que sejam intensificadas afim de haver uma diminuição dessa taxa. Ademais, é de suma importância o aumento da realização de testes diagnósticos nesses pacientes, pois a rápida instituição do tratamento para o HIV dificulta a ocorrência do quadro de imunossupressão, que pode ser fatal no paciente coinfectado. Também é importante observar que, apesar de a porcentagem de coinfecção ter aumentado de forma expressiva de 2015 para os outros dois anos, isso pode ser explicado pelo aumento da realização de testes diagnósticos para HIV nos três anos, que aumentou muito nos dois mais recentes, possibilitando identificar a quantidade de coinfecção de uma forma mais fidedigna.

Palavras-chave (máximo 3)

HIV; Infectologia; Mycobacterium tuberculosis

Área

HIV/ AIDS

Autores

Thais Macêdo Feijó Lima Teixeira, Enan Henrique Batista Cavalcante, Felipe Pinheiro Mendes, Rafael Lucas Simões dos Santos