Dados do Trabalho
Título
ARTRITE SEPTICA DO QUADRIL: UM RELATO DE CASO
Resumo estruturado
Introdução: A Artrite Séptica pode ser definida como uma invasão bacteriana do espaço articular, podendo acontecer por penetração direta (trauma, cirurgia, artrocentese, mordidas), extensão de infecção adjacente (osteomielite, abscesso no tecido mole, ferimento infectado) ou espalhamento hematogênico de um local de infecção remota. Staphylococcus aureus é a causa mais frequente de artrite infecciosa em adultos, já em jovens e adolescentes, destaca-se a Neisseria gonorrhoeae. Em Crianças, a incidência da AS varia entre 5,5 a 12 casos para 100.000 indivíduos, sendo o quadril a região articular mais afetada, seguida por joelho, ombro e cotovelo. No que tange as manifestações clínicas, pode cursar com sinais flogísticos no local afetado (dor, rubor, inchaço), além de rigidez articular e aumento na produção de líquido sinovial, afetando, mais comumente, apenas uma articulação, de grande tamanho e de maneira unilateral. Ademais, pode haver a presença de sintomas sistêmicos, tais como febre e astenia.
Objetivo: Relatar um caso de artrite séptica do quadril, bem como seu manejo clínico e cirúrgico.
Relato de caso: Paciente do sexo masculino, 4 anos, foi admitido no Instituto Dr. José Frota, no dia 02/10/2018, devido a um quadro de dor, edema e impotência funcional em quadril esquerdo após queda da própria altura há 1 dia, com trauma em joelho esquerdo. Ao exame físico, constatou-se edema e calor local em joelho esquerdo. Ultrassonografia não evidenciou de anormalidades ecográficas em joelho esquerdo, porém mostrou imagem de espessamento capsulosinovial e líquido na cavidade articular do quadril esquerdo, indicando sinovite transitória. Hemograma mostrou anemia com hemácias microcíticas, plaquetose, leucocitose por neutrofilia e Proteína C Reativa elevada. Foi sugerida hipótese diagnóstica de artrite séptica do quadril esquerdo, sendo prescritos antibiótico (oxacilina) e anti-inflamatório não esteroidal (dipirona) e solicitado internamento para cirurgia devido a risco de complicação do quadro clínico. Foi realizada, no dia seguinte, artrotomia do quadril esquerdo, com drenagem de secreção purulenta (moderada quantidade) e lavagem exaustiva de articulação com soro fisiológico. Paciente foi encaminhado para a sala de recuperação e, no dia seguinte, para a enfermaria, ainda em uso de antibiótico (oxacilina) e anti-inflamatório não esteroidal (dipirona), onde se encontra em observação.
Conclusão: A hipótese de artrite séptica do quadril deve ser considerada em casos de sinais flogísticos da articulação associada a níveis aumentados de proteínas de fase aguda juntamente com a história clínica. A antibioticoterapia constitui a base do tratamento, e medidas como artrotomia para drenagem de secreção purulenta devem ser consideradas e executadas precocemente, especialmente em casos mais graves, como o relatado neste trabalho, com o intuito de evitar possíveis complicações da patologia, como a degeneração da articulação.
Palavras-chave (máximo 3)
artrite, séptica, quadril
Área
Infecções bacterianas e micobacterianas
Autores
Gabriel Magalhães Saraiva, Gustavo Sá Palácio Câmara, Rodolfo Victor Moreira Cavalcante, Bárbara Dias Arrais Pearce, Paulo Marcelo Sá Palácio Câmara, Gabriel Vidal Vasconcelos, Emanuel Delano Lima Gonçalves Leite, Rogério Cruz Saraiva