V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

O PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA DENGUE NO NORDESTE

Resumo estruturado

Introdução – O Aedes aegypti transmite uma doença febril aguda, de etiologia viral, a dengue. Essa doença possui um espectro que inclui desde infecções inaparentes até quadros de hemorragia e choque, podendo evoluir para o êxito letal.¹ É a patologia viral que mais se espalha no mundo, estimando-se que 2,5 bilhões de pessoas vivam em área de risco de transmissão do vírus, o que causa entre 50 milhões e 100 milhões de infecções e 20 mil mortes anualmente.² A dengue é uma doença de notificação compulsória, logo, todo caso suspeito deve ser comunicado, pela via mais rápida, ao Serviço de Vigilância Epidemiológica mais próximo. A região Nordeste é uma das mais afetadas pela doença. Portanto, a análise epidemiológica se torna muito importante nessa região.³ Objetivo - Relatar os aspectos epidemiológicos da dengue no Nordeste, descrevendo o perfil dos pacientes afetados. Metodologia - Foram analisados os dados relacionado à dengue entre janeiro de 2008 e dezembro de 2017. O estudo foi feito por meio de um estudo descritivo, epidemiológico e quantitativo a partir dos dados disponíveis no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SIH/Datasus). Os dados obtidos foram analisados no Microsoft Excel 2016. Resultados/Discussão - No Brasil, na última década, 589.955 pessoas deram entrada em hospitais com diagnóstico de dengue, sendo 249.901(42,6%) pacientes do Nordeste. Dos estados brasileiros, a Bahia foi o que mais admitiu pacientes (85.369), estando o Ceará em quarto lugar (46.414) e o Maranhão em oitavo (35.151). O custo do manejo desses doentes, durante o mesmo período, foi de aproximadamente 183,5 milhões de reais para a Nação, ocupando o Nordeste o primeiro lugar entre as regiões (76,4 milhões), seguido do Sudeste (47,8 milhões). Há um pico nos nordestinos entre 20 e os 29 anos de idade (6.691.415), seguido da faixa de 30 aos 39 anos (4.298.841), sendo a faixa etária menos afetada dos 10 aos 14 anos (1.008.865). Não existe grande diferença entre os sexos nessa região, sendo 114.408 homens contra 135.493 mulheres. A raça mais afetada, no Nordeste, é a parda com cerca de 14,3 milhões de pacientes, seguida da branca com 2,2 milhões. O número de óbitos registrados no país na última década foi de 4,3 milhões, sendo o Nordeste a segunda região que mais morre (963.862 óbitos), perdendo apenas para o Sudeste (2 milhões de mortos). Entre os estados do Nordeste, a Bahia possui o maior número de falecimentos (251.608), seguido de Pernambuco (203.653) e do Ceará (155.543). A avaliação do perfil dos pacientes com dengue, mostra uma necessidade de medidas preventivas voltadas para o Nordeste, principalmente, para a Bahia, priorizando a raça e a faixa etária mais acometida. Também é relevante o impacto econômico dessa doença em contrapartida com a sua alta mortalidade nessa região, sendo essencial a reavaliação do manejo de internação hospitalar, a fim de reduzir o custo e a taxa de óbitos.

Palavras-chave (máximo 3)

Dengue; Nordeste; Perfil Epidemiológico

Área

Doenças tropicais

Autores

Laísa Bruno Norões , Matheus Mendonça Leal Janja, Raphael Cavalcante Araujo, Joseane Marques Fernandes