V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

O PERFIL EPIDEMIOLOGICO DA TUBERCULOSE PULMONAR NO BRASIL NA ULTIMA DECADA

Resumo estruturado

Introdução - O Mycobacterium tuberculosis é um bacilo álcool-ácido resistente (BAAR), também conhecido como bacilo de Koch, que é um aeróbio estrito de multiplicação lenta.¹ Ele é o agente etiológico de uma grave doença, a tuberculose pulmonar, caracterizada por ser uma patologia infectocontagiosa, transmitida por via aérea. ²Esta se apresenta com tosse persistente por 3 semanas ou mais, podendo ser produtiva ou não, perda de peso, sudorese noturna e febre vespertina.² A tuberculose, de acordo com o Ministério da Saúde, afeta 10 milhões de pessoas, ocasionando mais um milhão de óbitos anualmente.³ A infecção por essa bactéria representa um problema de saúde pública de grande importância na atualidade, afetando principalmente populações com condições socioeconômicas desfavoráveis.¹ No Brasil, o tratamento de tuberculose pulmonar é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde, logo, possuindo um impacto socioeconômico importante. Objetivo - Relatar os aspectos epidemiológicos da tuberculose pulmonar ao longo da última década, comparando os dados por regiões. Metodologia - Foram analisados os dados relacionado à tuberculose entre janeiro de 2008 e dezembro de 2017. O estudo foi feito por meio de um estudo descritivo, epidemiológico e quantitativo a partir dos dados disponíveis no sítio eletrônico do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (SIH/Datasus). Os dados obtidos foram analisados no Microsoft Excel 2016. Resultados/Discussão - No Brasil, nos últimos 10 anos, foram gastos 212,7 milhões de reais com a assistência à saúde de pacientes com tuberculose pulmonar. Houve um aumento de aproximadamente 41, 5% dos custos com esses pacientes de 2008 (15,5 milhões) à 2017 (22 milhões). O Sudeste é a região com maior gasto (101,8 milhões), seguido do Nordeste (59,7 milhões). O número de pessoas que deram entrada no hospital nesse período foi cerca de 115,4 milhões, sendo o Sudeste o primeiro com 45,6 milhões de pacientes, seguido do Nordeste, com cerca de 31,4 milhões. O número de óbitos, na última década, foi de 7.705, a ocorrência de mais óbitos foi no Sudeste com 3.017, seguido do Nordeste com 2.989. Foi observado que o número de mortes diminuiu em todas as regiões, comparando 2008 a 2017, exceto no Sudeste com aumento de 96 mortes (36,5%) e Centro-Oeste com aumento de 2 mortes (6,25%). A maior incidência ocorre de 40 aos 49 anos de idade (33.320), seguido da faixa etária de 30 aos 39 anos (31.818), sendo as menores antes dos 19 anos (7.402) e depois dos 70 anos (7.528). A avaliação do perfil epidemiológico da tuberculose pulmonar mostra uma maior necessidade de medidas preventivas voltadas, principalmente, para o Sudeste e o Nordeste, priorizando a faixa etária mais acometida. Mostra-se também relevante o impacto econômico dessa enfermidade, sendo essencial a reavaliação do manejo de internação hospitalar para que assim possa haver a redução de custos.

Palavras-chave (máximo 3)

Tuberculose pulmonar, perfil epidemiológico, Brasil

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

Laísa Bruno Norões, Matheus Mendonça Leal Janja, Raphael Cavalcante de Araujo, Joseane Marques Fernandes