V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

SEPSE E ABSCESSO CEREBRAL SECUNDARIO A MANIPULAÇAO DENTARIA EM PACIENTE COM LUPUS ERITEMATOSO SISTEMICO: UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A sepse é definida como uma resposta inflamatória desregulada frente a um foco infeccioso, que cursa com disfunção de múltiplos órgãos. Embora a sepse causada por infecção dentária seja rara, as infecções odontogênicas são frequentemente encontradas na prática clínica e, se não diagnosticadas e rapidamente tratadas, podem se disseminar para os espaços profundos da face e pescoço e afetar outras estruturas por contiguidade, levando a complicações. OBJETIVOS: apresentar o caso de uma paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) e infecção odontogênica grave que, apesar de ter sido submetida ao tratamento por meio de antibioticoterapia de largo espectro, progrediu para a sepse. METODOLOGIA: revisão de prontuário e registros fotográficos dos métodos diagnósticos. RESULTADO/DISCUSSÃO: VRPS, 34 anos, feminino, diagnosticada com LES há cerca de dois anos. No dia 23/08/2018 relatou incômodo dentário e dor em região mandibular, maxilar e retroauricular esquerda, apresentando edema em hemiface esquerda. No dia 14/09/2018 foi abordada para tratamento de canal em pré-molar superior, evoluindo com aumento do edema. A Ressonância Nuclear Magnética (RNM) evidenciou sinais de osteoartrite têmporomadibular esquerda, perfuração do disco articular, derrame articular e coleções irregulares no espaço mastigatório. Dois dias depois, evoluiu com febre de 39,7ºC, FC:121 bpm, FR:23 irpm e confusão mental (sepse de foco odontogênico?), sendo encaminhada para a UTI. Sem melhora do quadro, realizou RNM de face e pescoço, aparentando abscesso em parótida esquerda com disseminação por contiguidade para crânio e encéfalo. No dia 08/10/2018 foi submetida à cirurgia de drenagem de abscesso cerebral em região temporal esquerda, porém sem punção de parótida. No 7º dia pós-operatório (DPO), apresenta hematoma orbicular em regressão, edema na região parótida que se estende para submandibular e retroauricular e abertura bucal diminuída. No 10º DPO evolui com dor e edema em região supraorbitária frontolateral esquerda com coleção líquida subcutânea deprimível. No 14º DPO, há persistência do edema com discreta melhora e a paciente evolui com artralgias de repouso em joelhos, bilateralmente, episódicas, de curta duração e resolução espontânea. No dia seguinte, durante realização de RNM de face, houve drenagem de secreção espessa alaranjada pela ferida operatória e refere melhora nas artralgias. No 16º DPO, evoluiu com quadro séptico: febre de 38,5ºC, taquipneia (28 irpm), taquicardia (116 bpm) e PA de 110x70 mmHg. Relata dor esporádica em arco zigomático esquerdo irradiada para região orbital esquerda. Foi retirado 20 ml de líquido serohemático para estudo de cultura. No dia seguinte, o quadro séptico piorou e a paciente relatou dor na região parietal esquerda próxima à ferida operatória, sendo encaminhada novamente para a UTI. Paciente ainda encontra-se internada, aguardando o término das culturas para avaliar a possibilidade de nova intervenção neurocirúrgica.

Palavras-chave (máximo 3)

sepse, lupus, infecção

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

Gilberto Pinto Jansen Pereira Filho, Maria Victória Hiluy Habibe Bezerra, Fábia Vanuza Mendes dos Santos Assis, Isabella Ferreira Saraiva, Maria Augusta da Luz Neiva Teixeira, Rhayna Taynara Simplício da Silva, Amanda Carvalho e Barbalho