V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

RECIDIVA DE NEUROCRIPTOCOCOSE EM PACIENTE IMUNOCOMPETENTE: UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Introdução: A criptococose é uma micose de natureza sistêmica causada pelo fungos leveduriformes do complexo Cryptococcus sp. A sua infecção é predominante em pacientes imunocomprometidos (representando uma relevante infecção oportunista), porém a espécia Cryptococcus gatti é reconhecida por causar meningoencefalite em imunocompetentes, com alta letalidade e sequelas neurológicas. Objetivo: Relatar um caso de neurocriptococose recidivante em hospital de referência em doenças infecciosas no estado do Ceará. Relato de caso: Paciente masculino, 46 anos de idade, iniciou quadro agudo em fevereiro de 2018 de dor de cabeça intensa, vômitos contínuos, febre, desorientação e hipoacusia bilateral (que durante a internação evoluiu com anacusia bilateral). Foram realizadas tomografia computadorizada e ressonância de crânio que se revelaram normais. A pesquisa de criptococo no sangue e no líquor foram positivas e foi iniciado tratamento com anfotericina B + fluconazol, evoluindo com melhora dos sintomas, porém mantendo o déficit auditivo. No final de setembro (aproximadamente 20 dias antes da internação) o paciente voltou a apresentar cefaléia constante associada ao aparecimento súbito de paralisia facial central à esquerda e redução progressiva da força em dimídio esquerdo, impedindo o paciente de deambular, além de picos febris de 38°C. Foi realizada nova tomografia de crânio nessa internação, que revelou lesão com efeito de massa de aspecto hipodensa em região temporal e nucleocapsular a direita associada a edema extenso perilesional sugestiva de criptococoma. Foi iniciado novamente tratamento de indução com anfotericina B + fluconazol e o paciente segue internado em melhora clínica. Discussão: A forma meningoencefálica da criptococose é a sua apresentação mais comum, ocorrendo em cerca de 80% dos casos, seja de maneira isolada ou associada a forma pulmonar (a segunda forma mais comum). Apresenta-se mais frequentemente como meningoencefalite, associada a uma altíssima pressão intracraniana (como ocorreu no ínicio do quadro deste paciente), porém a presença de lesões focais que podem simular neoplasias é também presente, principalmente em pacientes imunocompetentes.

Palavras-chave (máximo 3)

Criptococose; Doenças Tropicais; Neuroinfectologia

Área

Doenças tropicais

Autores

Mateus Lavor Lira, Juan Forte Sampaio Gomes, Miriam Cristina da Silva Canuto, Arnaldo Tomé de Souza Santos