V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

USO DE ANTI-TNF PARA TRATAMENTO DE ARTRITE PSORIASICA ASSOCIADO A IMUNOSSUPRESSAO E REATIVAÇAO DE TUBERCULOSE: UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Introdução: A artrite psoriásica é uma artropatia de caráter inflamatório crônico que afeta entre 4 e 30% dos portadores de psoríase, sem preferência por sexo e na faixa etária entre 30-55 anos, que, geralmente, acomete os portadores de psoríase cutânea grave com lesões extensas. O tratamento de escolha é o metotrexate e, nos casos refratários ao tratamento, pode-se fazer associação com agentes anti-TNF-α. O Adalimumabe, que é composto por anticorpos monoclonais totalmente humanizados, é um inibidor de TNF – α utilizado no tratamento da artrite psoriásica que apresenta como reação adversa o surgimento de infecções oportunistas, como a turberculose, sendo necessário realizar testes de screening para esta condição. A tuberculose é uma doença granulomatosa crônica causada pelo m. tuberculosis, que se manifesta na forma típica pulmonar e atípicas extrapulmonares. O uso de inibidores do TNF-α em pacientes com doença autoimune apresenta um risco relativo aumentado em 1,6-25,1 vezes para o desenvolvimento de tuberculose, ocorrendo na maioria dos casos próximo ao início da terapia e caracteristicamente é decorrente de reativação de infecção latente. Objetivo: Descrever relato de caso de paciente acompanhada para tratamento de Psoríase e Artrite Psoriásica com imunobiológicos que evoluiu com TB ganglionar através de revisão de prontuário médico. Resultados/Discussão: O relato de caso em questão trata-se de paciente feminina, 48 anos, portadora de Artrite Psoriásica, em uso de Adalimumabe, acompanhada no ambulatório de Infectologia/SVI do Hospital Geral de Fortaleza, que há 7 meses prévios a primeira consulta iniciou quadro de linfoadenomegalia cervical não associada a sintomas ou alterações radiográficas (SIC) e que há 2 meses foi diagnosticada com tuberculose ganglionar pela qual foi iniciado o esquema RIPE de imediato, sendo suspenso o imunobiológico e mantido apenas em monoterapia com Metotrexato. Após a suspensão da terapia imunossupressora com Adalimumabe passou a queixar-se de piora das lesões psoriásicas em membros inferiores. Sendo optado por reiniciar a terapia dupla apenas 1 a 3 meses após o fim do tratamento para tuberculose. Dois meses após a primeira consulta, retornou ao ambulatório referindo involução da linfoadenomegalia, permanecendo afebril, porém com piora progressiva do quadro dermatológico e aparecimento de edema de pequenas articulações de mãos e pés, sendo optado por manutenção da terapia com o RIPE por 9 meses e reinício do imunobiológico devido a piora do quadro psoriático da paciente. Conclusão: Devido ao alto grau de imunossupressão da terapia imunobiológica, faz-se necessário a realização de screening para infecções como tuberculose com PPD e raio-X de tórax devido à alta probabilidade de reativação do quadro. A paciente citada pode não ter realizado a propedêutica adequada e por isso apresentou uma complicação da imunodepressão que foi a tuberculose ganglionar, implicando na suspensão do tratamento e início do esquema RIPE.

Palavras-chave (máximo 3)

Artrite Psoriásica; Inibidores de TNF; Tuberculose

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

PRISCILA CORREIA DE FARIAS BARROSO, LARA FARIAS LUSTOSA DA COSTA, ANA LUIZA MARIA VIANA DE ARAÚJO, MARIA LETÍCIA CAVALCANTE MAGALHÃES, LANA BURGOS PINHEIRO CASTELO BRANCO, GUILHERME CARNEIRO TEIXEIRA, MELINA MARIA LOIOLA MELO VASCONCELOS, MELISSA SOARES MEDEIROS