V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

LINFADENITE CRIPTOCOCICA EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDA: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: A criptococose é uma infecção oportunista, causada pelo fungo do gênero Cryptococcus e adquirida por inalação de partículas aerossolizadas. A espécie Cryptococcus neoformans acomete sobretudo pacientes com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (SIDA), caracterizando doença disseminada com risco à vida. Esta espécie comumente afeta pulmão, meninges e pele, podendo se manifestar em qualquer tecido ou órgão, porém linfonodos são sítios incomuns de infecção. A linfadenite criptocócica é de difícil diagnóstico, pois a doença pode ser branda ou subclínica, com a exiguidade de manifestações clínicas e radiológicas características. OBJETIVO: Relatar caso atípico de paciente com SIDA associada a linfandenite criptocócica. METODOLOGIA: Realizada Revisão de Prontuário e de Literatura. RESULTADOS/DISCUSSÃO: Paciente feminino, 52 anos, foi admitida no Hospital São José, na data de 07/06/2018, queixando-se de prurido na região supramandibular esquerda há 4 dias, dor, aumento de volume e febre de 38 graus (sic), com melhora ao uso de dipirona. Paciente relata abandono de tratamento para HIV (TARV) há dois anos. Ao exame físico, foi constatada massa endurecida, quente e dolorosa à palpação, com limites mal definidos, abrangendo região pré-auricular baixa até 4 cm abaixo do ângulo mandibular e região retroauricular esquerda. No dia 11 de Junho, paciente referiu odinofagia e disfagia, arrefecidas pelo uso de dipirona. Foi realizada, nesse mesmo dia pela manhã, ultrassonografia evidenciando parotidite bilateral com nódulo hipoecoico e presença de líquido espesso na parótida esquerda, sugestivo de abscesso. Durante a tarde, realizou-se drenagem, resultando em abundante material purulento, analisado, no dia seguinte, por meio de coloração de Ziehl-Neelsen e Tinta da China, constatando-se estruturas sugestivas de Cryptococcus sp., o que confirmou diagnóstico de abscesso cervical criptocócico. No dia seguinte, realizou-se punção lombar para análise do líquido cefalorraquidiano (LCR), que se mostrou límpido, com pressão de abertura normal, vistas 23 células (90% linfócitos), níveis de glicose e proteínas normais e coloração de Tinta da China negativa. Solicitada, então, aglutinação em látex e cultura para fungos do LCR, bem como culturas para fungos, germes piogênicos e micobactérias no pus. Iniciou-se tratamento com anfotericina B desoxicolato (apresentando reação adversa, procedendo-se com administração em dias alternados), 50 mg por dose, associada a fluconazol, 800 mg/dia, durante 15 dias. Paciente evoluiu com regressão do abscesso cervical, recebendo alta hospitalar no dia 28 de junho. Até tal data, Látex e Culturas não foram elucidadas. Esta paciente manifestou criptococose em decorrência do abandono do tratamento com medicamentos antirretrovirais, o que diminuiu sua imunidade. A linfadenite criptocócica é uma forma incomum de doença pelo criptococo e deve entrar no diagnóstico diferencial dos abscessos linfonodais dos pacientes infectados pelo HIV.

Palavras-chave (máximo 3)

Criptococose, Linfadenite, HIV.

Área

Miscelânea

Autores

Guilherme Alves de Lima Henn, Bruno Cavalcante Fales de Brito Alves, Bárbara Dias Arrais Pearce, Gustavo Sá Palácio Câmara, Marcella Franco de Almeida, Raphael Cavalcante de Araújo