V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

INFECÇAO PELO VIRUS INFLUENZA A/H1N1 - IMPORTANCIA DO DIAGNOSTICO PRECOCE: RELATO DE CASO COM DESFECHO FATAL

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: O vírus influenza A/H1N1 se disseminou rapidamente pelo mundo, sendo responsável por uma das maiores pandemias dos tempos modernos, sendo responsável por uma manifestação mais grave dessa infecção e pelo surgimento de mais de trinta mil casos relacionados à síndrome respiratória aguda grave (SRAG).Os sintomas mais comuns dessa infecção são febre, tosse, dispneia, mialgia e cefaléia; embora a maioria dos casos tenha evolução autolimitada, nos quadros mais graves pode induzir além da SRAG a trombose vascular pulmonar periférica e a broncopneumonia aguda, entre outros; bem como pode agravar doenças prévias existentes.
OBJETIVO: Relatar caso de paciente com infecção do vírus influenza A/H1N1 com sobreposição bacteriana com desfecho fatal..
RELATO: Mulher, 39 anos, procurou atendimento apresentando tontura persistente associada a perda ponderal não aferida, mal-estar, dores nas pernas e edema. Exames laboratoriais: anemia.Evoluiu, quatro dias depois , com febre, edema de face e dores nas costas. Retornou ao serviço de emergência com mal-estar, desorientação, dispneia com dessaturação (SatO2=69%) e persistência das dores nas costas. Houve piora do quadro, necessitando intubação orotraqueal e hemotransfusão com 3 concentrados de hemácias. Evoluiu com 2 paradas cardiorrespiratórias com retorno após 2º ciclo e quatro dias depois, Iniciou quadro de dessaturação (SatO2=72%), taquicardia e hipotensão (90x50 mmHg). Evoluiu com bradicardia e hipotensão grave, seguida de assistolia evoluindo ao óbito. Durante manobras de ressuscitação cardiopulmonar, foi aspirado grande quantidade de secreção espumosa e sanguinolenta pelo tubo orotraqueal. À autópsia, saída de líquido espumoso à compressão de ambos os hilos pulmonares. A microscopia, pulmões com congestão, edema , infiltrado linfocitário intersticial e infiltrado neutrofílico nos alvéolos com material hialino nas paredes dos mesmos. Fígado com congestão acentuada e discreta esteatose. Cérebro edemaciado. Rins com focos de esclerose glomerular, necrose tubular e nefroesclerose arterial. Os exames laboratoriais colhidos durante o exame necroscópico, detectaram RT-PCR para influenza A/H1N1.
DISCUSSÃO: O paciente apresentou fatores agravantes da história natural da doença: lesão pulmonar grave e co-infecção com broncopenumonia bacteriana . A gravidade da infecção irá depender de fatores tanto intrínsecos quanto extrínsecos e a depender de como é a conduta diante do caso. Desse modo, destaca-se a importância do diagnóstico precoce para o tratamento com o inibidor de neuraminidase viral, osetamivir, seja iniciado, diminuindo o risco de complicações.

Palavras-chave (máximo 3)

H1N1; SRAG; diagnóstico

Área

Doenças tropicais

Autores

Isabela Corrêa Cavalcanti Sá, Paula Vitória Pereira Motoyama, Hanne Castelo Branco Roque, Victoria Maria Maia Amorim de Morais, Rodrigo Teófilo Parente Prado, Juliana Carneiro Melo, Denise Nunes Oliveira