V Congresso Cearense de Infectologia

Dados do Trabalho


Título

PERFIL CLINICO-EPIDEMIOLOGICO DE PACIENTES COM DISPEPSIA ASSOCIADA A INFECÇAO POR HELICOBACTER PYLORI SUBMETIDOS A TERAPIA DE ERRADICAÇAO EM AMBULATORIO ESPECIALIZADO DE FORTALEZA-CE.

Resumo estruturado

INTRODUÇÃO: O Helicobacter Pylori (HP) é uma bactéria gram negativa que apresenta tropismo pelo lúmen gástrico, podendo causar um processo inflamatório na mucosa, além de sintomas dispépticos, facilitando o desenvolvimento de úlceras e Adenocarcinoma gástricos. O ser humano é o único reservatório da bactéria, e esta é transmitida por via oral-fecal e oral-oral, estando a infecção, portanto, intimamente ligado a fatores socioeconômicos. A prevalência em mulheres ainda é discutida em vários estudos, e a prevalência por idade se mostra variável, sendo de 47,5% em indivíduos de 6 meses a 10 anos, de 73,3% naqueles de de 11 a 20 anos e de até 87% em maiores de 60 anos, segundo estudo realizado no nordeste do Brasil em 2005. OBJETIVO: Avaliar características clínico-epidemiológicas de pacientes dispépticos com infecção por HP acompanhados em ambulatório de gastroenterologia de hospital terciário de Fortaleza-CE. MÉTODOS: Tratou-se de uma coorte retrospectiva, com análise de prontuários de pacientes sintomáticos diagnosticados com a bactéria em serviço especializado de gastroenterologia, avaliando-se dois momentos – pré e pós-tratamento, nos anos de 2016 e 2017. Os dados obtidos foram registrados em questionário estruturado, sendo excluídos os pacientes que não apresentaram queixas dispépticas ou que apresentaram dispepsia devido a outras patologias do trato gastrintestinal, como úlcera péptica. RESULTADOS/DISCUSSÃO: O estudo incluiu 74 pacientes: 55 mulheres (74,3%) e 19 homens (25,7%). As idades variaram de 32 a 83 anos, com média de 56 anos e desvio padrão (DP) de 12 anos. O sintoma predominante foi dor, referido por 36 (48,6%) pacientes, seguido de sintomas mistos (dor e plenitude) em 31 (41,9%) pacientes e sintoma de plenitude em 7 (9,5%) pacientes. A média de tempo do início dos sintomas foi de 7,6 anos. Quanto ao método diagnóstico utilizado para confirmar a infecção, a proporção de identificação através do teste da urease e do exame histopatológico foi a mesma (47%). Para avaliar a erradicação, a proporção também foi semelhante (50% de cada) entre os métodos. O estudo revelou maior prevalência do sexo feminino, porém outros estudos na literatura não apresentam diferenças nas prevalências entre os sexos. Esse fato pode ser atribuído à premissa de que mulheres buscam mais frequentemente por atendimento médico em nosso meio, sendo mais diagnosticadas quanto às suas afecções, ou ainda ao tamanho da amostra obtida. Os métodos diagnósticos utilizados estiveram de acordo com os protocolos internacionais recomendados. A presença de sintomas dispépticos pode implicar impacto importante na qualidade de vida dos pacientes, sendo a erradicação da bactéria o tratamento de maior custo benefício para a melhora do quadro clínico, atualmente.

Palavras-chave (máximo 3)

Helicobacter pylori; erradicação; dispepsia

Área

Infecções bacterianas e micobacterianas

Autores

José Edvar di Castro Júnior, Jennifer Brito Ferreira, Deyzilene Cardoso Araújo, Lívia Helen Araújo Chaves, Yandra Mirelle Nogueira Alves, Gardênia Costa do Carmo