Dados do Trabalho
Título
PARALISIA FLACIDA AGUDA: UM ESTUDO COMPARATIVO ENTRE O BRASIL E A REGIAO NORDESTE ENTRE OS ANOS DE 2012 A 2017
Resumo estruturado
Introdução: A Paralisia Flácida Aguda (PFA) ou Poliomielite é uma virose infectocontagiosa imunoprevenível aguda, de transmissão oral-fecal, cujo principal sintoma é o déficit motor de caracterização ascendente ou descendente. Em países desenvolvidos, a PFA é uma doença erradicada, por haver controle eficaz de sua transmissão, por meio da educação sanitária, e aporte vacinal efetivo. No Brasil há um recrudescimento da prevalência de PFA na população, mostrando uma possível ineficiência do vínculo em campanhas vacinais e/ou movimentos antivacinais. Objetivos: Analisar e comparar a prevalência e a cobertura vacinal (CV) relativas aos dados epidemiológicos de PFA no Brasil e na região Nordeste (NE). Métodos: Estudo analítico de caráter transversal. Os dados analisados foram colhidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), sendo triados dados epidemiológicos e CV de PFA nos anos de 2012 a 2017, sendo divididos em biênios de controle. O estudo foi desenvolvido entre agosto a outubro de 2018. Resultados: No biênio 2012-2013, PFA apresentou CV de 98,64% e 947 casos, tendo a região NE uma CV de 98,01% e 36,1% dos casos; no biênio 2014-2015, apresentou CV de 97,53% e 954 casos, tendo o NE uma CV 98,46% e 39,8% dos casos; e, por fim, o biênio 2016-2017, CV de 83,93% e 986 casos, sendo o NE com CV de 80,86% e 37,1% dos casos. Discussão: No Brasil houve uma contínua redução da CV durante os biênios, concomitantemente ao aumento de casos de PFA. Na região NE há um aumento da CV nos dois primeiros biênios seguida de uma queda na análise seguinte, já quanto ao número de casos de PFA, há um incremento deste número quando houve redução da CV nos dois primeiros biênios estudados, fato que não se repetiu no biênio seguinte. Realizando um paralelo com a erradicação, por exemplo, da PFA no Brasil anos atrás, onde a CV foi fator fundamental nesse processo, a queda recente e gradual dessa cobertura pode refletir no aparecimento de novos casos. Assim, tal fenômeno pode ser explicado por diversos fatores, dentre eles o movimento antivacinal, cujos grupos contrários à imunização tem aumentado nos últimos anos, em associação com a falta de vínculo efetivo entre a Atenção Básica e a população adstrita, fato que possui reflexo, por exemplo, em episódios que os usuários não cumprem as doses vacinais. Além disso, regiões com menores índices de escolaridade e níveis socioeconômicos, como o NE, contribuem para a redução do número de indivíduos vacinados devido a falta de informação e/ou o acesso à ela. Conclusões: Percebeu-se uma diminuição da CV de PFA nos anos recentes, no Brasil e no NE, explicada por movimentos antivacinais, escassez de informações acerca do assunto e dificuldade de se estabelecer vínculo efetivo entre usuário e rede de saúde no compromisso do cumprimento vacinal. Assim há a necessidade de um compromisso conjunto entre órgãos governamentais, profissionais da saúde e usuários para redução do número de casos de PFA, com o aumento da CV.
Palavras-chave (máximo 3)
Paralisia Flácida Aguda; Cobertura Vacinal, Epidemiologia.
Área
Imunizações / Infectopediatria
Autores
JOCERONE EMERSON NOGUEIRA OLIVEIRA, Nickolas Souza Silva, Samuel Davi Sousa Lopes, Danilo Andrade Lima, RAYSSA IANDAYALA MOTA BEZERRA SOUZA, Lady Jane Silva Macedo, VIVIANNE FERREIRA Bezerra, Renata Paula Lima Beltrão