Neuro Experience

Dados do Trabalho


Título

GLIOMA DE BAIXO GRAU CAUSANDO CRISES GELÁSTICAS, COM ABORDAGEM CIRÚRGICA POR MEIO DE NEURONAVEGAÇÃO: A PROPÓSITO DE UM RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 32 anos, parda, natural de Cuiabá-MT, procedente de Mossoró-RN. Apresenta queixa principal de cefaleia intermitente há 30 dias, período no qual apresentou crises epilépticas gelásticas - “gargalhadas” sem controle - e episódios de desorientação. Relata ter acordado uma noite sem saber onde estava e ter urinado ao lado da cama. Foi realizada ressonância magnética ponderada em T2 que mostrou tumor no lobo frontal esquerdo com componente cístico associado a nódulo mural. Realizou-se craniotomia aberta para excisão da massa tumoral, em uma abordagem frontal transcortical. A paciente não apresentou déficit neurológico no pós-operatório imediato. Ao exame histopatológico, demonstrou-se um glioma de baixo grau. Discussão: Gliomas são tumores originados de células gliais, seja da linhagem astrocítica, oligodendroglial ou ependimária e são o tipo mais prevalente de neoplasia primária do sistema nervoso central. Essas neoplasias recebem a classificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) nos subtipos histológicos I a IV. Os gliomas de baixo grau, I e II, correspondem a 20% dos casos e são menos infiltrativos, o que lhes permite um melhor prognóstico. Destaca-se no caso apresentado a presença das crises gelásticas, as quais são um tipo de crise epiléptica que se manifesta na forma de crises de riso não percebidas pelo paciente; há forte associação desse tipo de crise com hamartomas hipotalâmicos. Sabendo que a paciente tinha um glioma de baixo grau em topografia de lobo frontal, a abordagem neurocirúrgica por neuronavegação viabiliza uma reconstrução tridimensional da anatomia regional a partir de exames de imagem pré-operatórios, conseguindo definir com maior grau de exatidão o campo cirúrgico e os objetivos da técnica escolhida, a exemplo de quanto do tumor é possível retirar preservando as estruturas circundantes. Comentários finais: O presente trabalho buscou relatar um caso de glioma de baixo grau cuja resolução neurocirúrgica valeu-se da neuronavegação. Essa abordagem é importante para evitar sequelas neurológicas, ao permitir o planejamento da cirurgia de forma a minimizar os danos teciduais.

Área

Neurocirurgia

Autores

Sophia Costa Vasconcelos, David Augusto Batista Sá Araújo, Ana Beatriz Araújo Cabral, Luciano Albuquerque Mota, Fernando Degani Vazquez , Maria Suelly Nogueira Pinheiro, Francisco Matheus Oliveira Carvalho, Arnaldo Ribeiro de Arruda, José Arnaldo Motta de Arruda