Dados do Trabalho

Título

ESTADO EPILÉPTICO NÃO CONVULSIVO PRECEDIDO POR UM ESTADO CONFUSIONAL AGUDO E AUTOMATISMO: RELATO DE CASO

Resumo estruturado

Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 71 anos, procurou o atendimento de emergência com queixas de confusão mental, alteração do comportamento, desorientação e episódios de automatismos com duração de 5 minutos e intervalos de 30 minutos. Após a admissão foi realizada uma tomografia computadorizada de crânio, punção lombar com pesquisa de citologia, microbiologia, bioquímica e proteína 14.3.3, este último devido a hipótese clínica de Doença de Creutzfeldt- Jacob. Paciente evolui com um estado crepuscular, sem contato a solicitações mais simples e sem movimentos convulsivos, sendo, então, solicitado um videoeletroencefalograma que apresentou intensa descargas de poliponta-ondas, rítmicas, difusas, com acentuação nas áreas fronto-centrais bilaterais, sendo caracterizado como um Mal Epiléptico Não Convulsivo, com isso decidiu-se internar a paciente na UTI, para administração de Fenitoína, apresentando logo em seguida melhora do quadro. Em seguida solicitou-se a ressonância nuclear magnética para investigar alterações típicas da DCJ, contudo esta mostrou-se sem alterações. Paciente segue em acompanhamento ambulatorial fazendo uso contínuo de Divalproato de sódio, mantendo-se assintomática. Discussão: A DCJ consiste em uma doença neurodegenerativa afeta mulheres entre 55 a 70 anos. As manifestações clínicas podem ser demência, ataxia, mioclonias por ruídos e crises epilépticas. Diante da suspeita de DCJ deve-se solicitar proteína 14.3.3 no líquor e ressonância magnética. O estado de mal epiléptico não convulsivo diz respeito à situação em que não há manifestações externas típicas de convulsão apesar de haver altas descargas elétricas no cérebro, podendo-se manifestar também como confusão mental. Deve-se pensar na possibilidade de EMNC como diagnóstico diferencial das patologias demenciais, psiquiátricas e orgânicas. Diante dessa possibilidade a realização do eletroencefalograma torna-se imprescindível para o correto diagnóstico do paciente. Comentários finais: Os eventos epilépticos e Estado de Mal Epiléptico devem ser considerados em pacientes idosos que apresentam um estado confusional agudo e flutuações cognitivas com ou sem perturbação da consciência.