IX Congresso Brasileiro e VII Congresso Internacional da Sociedade Nacional de Fisioterapia Esportiva e da Atividade Física

Dados do Trabalho


Título

Relação entre trabalho angular no dinamômetro isocinético e retorno ao esporte após reconstrução do ligamento cruzado anterior

Resumo (máximo 3000 caracteres com espaço)

Introdução: Dados da avaliação de força muscular através do dinamômetro isocinético são importantes variáveis de análise para o retorno ao esporte em pacientes após a reconstrução do ligamento cruzado anterior (R-LCA). Atualmente nessas avaliações, apenas valores de pico de torque são utilizados. O trabalho é a medida da energia mecânica transferida pela aplicação de uma força ao longo de um deslocamento, mensurado em joules. Essa é uma variável pouco investigada na literatura científica. Objetivo: Investigar a relação entre o trabalho angular no dinamômetro isocinético e o retorno ao esporte após a R-LCA. Métodos: Foi realizado um estudo transversal entre fevereiro de 2017 e junho de 2019, conduzido no Laboratório de Análise do Movimento Humano (LAMH) da Universidade Federal do Ceará (UFC) no qual foram avaliados 128 pacientes, sendo 112 do sexo masculino, praticantes de atividades esportivas que envolvem saltos, mudanças de direção e desaceleração, com no mínimo seis meses de R-LCA. Foi utilizado o dinamômetro isocinético Biodex System® para mensurar o Pico de Trabalho angular (PT) e índice de simetria entre membros (ISM) do PT normalizados pela massa corporal. O protocolo utilizado foi o modo isocinético concêntrico/concêntrico de forma bilateral durante cinco repetições na velocidade de 60°/s, e durante quinze repetições na velocidade de 300°/s durante os movimentos de flexão e extensão do joelho. Os pacientes foram divididos em dois grupos a partir de perguntas dicotômicas de sim ou não, sendo eles, grupo retorno ao esporte (G-RE) com 71 indivíduos (55,5%), e grupo não retorno ao esporte (G-NRE) com 57 pacientes (44,5%). Para a análise estatística dos dados utilizou-se o programa SPSS versão 24.0 com o teste t-independente para comparar diferenças entre os grupos. Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética e pesquisa com o parecer de número 1.000.404. Resultados: Os grupos não apresentaram diferenças significativas quanto as características antropométricas (p>0,05). O tempo médio de R-LCA dos pacientes foi de 31,35 meses, houve lesão associada de menisco em 51,56% (n=66) e 67,18% (n=86) apresentam enxerto do tipo tendão isquiotibiais. O G-NRE apresentou déficits quando comparado ao G-RE nas variáveis PT de extensão (PTE) do membro lesionado (ML) a 60°/s (P=0,016), PT de flexão (PTF) do membro não lesionado (MNL) a 60°/s (P=0,014), PTE do ML a 300°/s (P=0,00), ISM do PTE a 300°/s (P=0,00), PTF do ML a 300°/s (P=0,015) e PTF do MNL a 300 °/s (P=0,02). Conclusão: O PTE do ML e o PTF do MNL demonstraram diferença significativa quando comparados ao G-RE e G-NRE, o que pode ser um dado importante a ser considerado para a tomada de decisão clínica.

Palavras-chave (máximo 3)

Ligamento Cruzado Anterior; Força Muscular; Volta ao Esporte.

Área

Retorno ao Esporte

Autores

Antonio Alan Brandão Ferreira, Maria Larissa Azevedo Tavares, Thamyla Rocha Albano, Carlos Augusto Silva Rodrigues, Pedro Olavo de Paula Lima, Gabriel Peixoto Leão Almeida